Em 2022, Médicos Sem Fronteiras (MSF) retornou a Angola para melhorar a oferta de cuidados pediátricos para desnutrição e malária e preparar uma resposta para as possíveis consequências da seca para a saúde das pessoas. 

Em 2021, após três anos consecutivos de seca severa em Angola, as agências da ONU dispararam um sinal de alerta, prevendo que o aumento dos preços dos alimentos combinado com colheitas ruins poderia ter um impacto na desnutrição infantil, principalmente nas províncias do Sul. Para se antecipar à crise, MSF realizou avaliações e iniciou atividades médicas em diversas regiões em 2022. 

Trabalhando em estreita colaboração com as autoridades de saúde e as comunidades locais, iniciamos um projeto para reduzir a mortalidade infantil e fortalecer o sistema de saúde existente, principalmente no que diz respeito a cuidados pediátricos, na província ocidental de Benguela. 

Por meio desse projeto, melhoramos a detecção precoce da desnutrição em crianças da comunidade, aumentamos o acesso aos centros de saúde com a organização de referências e oferecemos tratamento e equipamentos médicos extremamente necessários. 

Além de apoiar a unidade de cuidados intensivos de desnutrição do Hospital São Pedro e cinco outros ambulatórios para tratamento da doença, conduzimos atividades de promoção de saúde na comunidade, voltadas para a avaliação de crianças menores de cinco anos e a educação sanitária de seus pais nos municípios de Lobito e Catumbela. 

Em meados de 2022, enviamos uma segunda equipe de avaliação à província de Huila, no Sudoeste do país, para estruturar ações preventivas, na medida em que as condições climáticas e de colheita não haviam melhorado e os preços dos alimentos e a inflação continuavam altos. 

Nos municípios de Cuvango e Chipindo, que, juntos, somam uma população de cerca de 130 mil pessoas, avaliações nutricionais rápidas realizadas por MSF no último trimestre do ano não apontaram índices alarmantes de desnutrição. A seca tampouco foi tão grave quanto o previsto; terras estavam sendo cultivadas e havia atividade pecuária suficiente nas regiões avaliadas. 

Como resultado, enquanto mantivemos um componente de desnutrição como parte de nossas atividades, estivemos concentrados em ampliar o acesso a cuidados preventivos e ao tratamento da malária. 

 

Dados referentes a 2022

1.330

Crianças admitidas em programas de nutrição ambulatorial

4,7 milhões de euros

Despesas

510

Crianças admitidas em programas de nutrição intensiva

59 (posições equivalentes a período integral)

Número de profissionais

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