Desde o final de 2021, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Peru têm se concentrado na atenção a migrantes que chegam ao país após viagens perigosas partindo da Venezuela e de outros países latino-americanos. 

A pobreza e a instabilidade política levaram milhões de venezuelanos a deixarem seu país e buscarem refúgio em outros países latino-americanos, especialmente depois de 2014, quando a crise se intensificou. A situação, que já era terrível, foi exacerbada nos últimos anos pela paralisação dos sistemas de saúde e da sociedade por conta da pandemia de COVID-19. 

O Peru é o segundo destino mais buscado por venezuelanos na América Latina, concentrando cerca de 1,5 milhão de migrantes, requerentes de asilo e refugiados até o final de 2022, que se estabeleceram no país depois de viajar 3 mil quilômetros. Mais de um terço deles está com status administrativo irregular, o que limita seu acesso a cuidados de saúde.  

Muitas pessoas chegam ao Peru exaustas e desidratadas. Algumas foram submetidas à violência, incluindo violência sexual, e roubadas por grupos armados ou bandidos durante a árdua jornada para cruzar diversas fronteiras, que pode levar semanas ou até meses. Mesmo depois de algum tempo no Peru, muitas pessoas continuam vivendo em condições precárias, sem higiene, expostas a vários problemas de saúde. 

Ao longo de 2022, nossas clínicas fixas e móveis ofereceram assistência médica e psicológica a migrantes na cidade de Tumbes, na fronteira norte, que muitas vezes é o primeiro ponto de entrada no país, e na capital, Lima, onde muitos acabam ficando. Nossos serviços incluíram cuidados de saúde básica, sexual e reprodutiva, apoio à saúde mental, referências de emergência para hospitais e tratamento de doenças crônicas. Também disponibilizamos esses serviços aos peruanos vivendo em situação de vulnerabilidade. 

Dados referentes a 2022

18.400

Consultas ambulatoriais

860

Consultas individuais de saúde mental

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