Médicos Sem Fronteiras (MSF) retornou a Madagascar em 2021 para ajudar no enfrentamento da crise de desnutrição no sul do país. 

Após anos de severas secas cíclicas, o sul de Madagascar vem passando por uma crise excepcionalmente aguda de desnutrição. Os estoques de alimentos diminuíram, levando as pessoas vivendo em algumas áreas a passar fome. 

Em março, enviamos clínicas móveis para oferecer cuidados nessa região de difícil acesso, onde as pessoas vivem em comunidades remotas e dispersas e as estradas são ruins. Nossas equipes trataram crianças com desnutrição aguda e forneceram alimentos terapêuticos prontos para o uso. Também passamos a apoiar a ala pediátrica do hospital de Ambovombe e construímos um centro de nutrição terapêutica intensiva. 

Em abril e maio, notamos que as crianças que estávamos tratando em nossas clínicas móveis haviam ganhado pouco peso, apesar do acompanhamento de longo prazo, o que demonstrou que o tratamento médico não é suficiente para a recuperação quando a disponibilidade de alimentos permanece inalterada. Na medida em que os estoques de alimentos estavam esgotados e a próxima colheita não era esperada até pelo menos março de 2022, retomamos a distribuição de alimentos, incluindo arroz, feijão, sal e óleo, para as famílias das crianças incluídas em nosso programa. 

O acesso à água potável é um desafio nessa região semiárida e a situação foi agravada pelo terceiro ano consecutivo de seca – todos os cuidadores com quem conversamos relataram que esta era sua principal preocupação. Realizamos várias atividades de água e saneamento para melhorar o abastecimento, como a reabilitação de bombas manuais, a escavação de poços e o transporte de água por caminhões, além de clínicas móveis, e continuamos a buscar uma solução mais permanente, mas a escassez de água continua, devido à ausência de chuvas. 

Dado o tamanho da região denominada Grande Sul e a baixa densidade populacional, é difícil determinar se todos os vilarejos necessitados recebem apoio suficiente. Até o final de 2021, estima-se que 1,47 milhão de pessoas ainda estavam sendo afetadas pela crise de desnutrição, apesar do aumento da distribuição de alimentos durante o ano. 

Dados referentes a 2022

28.900

Consultas ambulatoriais

8.890

Crianças admitidas em programas de nutrição ambulatorial

19.200

Pessoas beneficiadas pela distribuição de alimentos por um mês

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