Em 2021, a situação humanitária continuou a se deteriorar rapidamente no Líbano, na medida em que a crise econômica e financeira não mostrava sinais de arrefecimento e o sistema de saúde enfrentava dificuldades para oferecer serviços básicos.  

 Oitenta e cinco por cento da população agora vive abaixo da linha de pobreza, com acesso insuficiente a alimentos, combustível e medicamentos. O colapso do sistema de saúde e a grave escassez de medicamentos essenciais levaram mais pessoas a procurar a assistência de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e de outras organizações médico-humanitárias para atender as suas necessidades médicas.1 

Em várias áreas do país, nossas equipes oferecem serviços básicos de saúde, incluindo saúde sexual e reprodutiva, consultas para doenças crônicas, apoio à saúde mental, tratamento para talassemia e cirurgia. Além disso, assistimos partos, oferecemos atendimento pediátrico e vacinação de rotina para crianças. No final do ano, a condução de uma reavaliação de nossas atividades levou ao fechamento da unidade de terapia intensiva pediátrica em Zahle. 

 Em 2021, abrimos uma nova clínica para responder às necessidades médicas dos trabalhadores migrantes que foram impactados pela crise econômica. Existem aproximadamente 250 mil trabalhadores migrantes no Líbano, além de mais de 1,5 milhão de refugiados, principalmente palestinos e sírios, muitos dos quais vivem em condições precárias em acampamentos superlotados. As atividades de MSF nas regiões leste e norte do país foram implementadas para atender às necessidades dessas pessoas, que, muitas vezes, têm acesso limitado a cuidados médicos. 

A COVID-19 foi um golpe adicional para o já sobrecarregado sistema de saúde. Alguns profissionais de saúde deixaram o país e muitas instalações de saúde em Beirute que foram danificadas na explosão do porto em 2020 permaneceram sem reparos. 

MSF apoiou a resposta à COVID-19 convertendo, temporariamente, o hospital em Bar Elias em um centro de tratamento de COVID-19 durante os primeiros meses de 2021. Nossas equipes também auxiliaram na vacinação de pessoas expostas a maiores riscos, como idosos, equipe médica e detentos, e equipes móveis foram enviadas para vacinar comunidades na área remota de Akkar, no norte do Líbano.