Uma funcionária lava as mãos na clínica de HIV de MSF em Myitkyina. Mianmar, outubro de 2021. © Ben Small/MSF

À medida que o conflito em Mianmar entrava em seu terceiro ano após a tomada militar, Médicos Sem Fronteiras (MSF) aumentou a escala de sua assistência às pessoas deslocadas, focando  nas lacunas vitais da prestação de cuidados médicos. 

 A situação nos estados de Kachin, Shan e Rakhine atingiu um ponto crítico no final de outubro, com a violência aumentando e mais 660 mil pessoas sendo deslocadas. Isso aumentou as já severas necessidades de assistência médica na região. Pessoas lutavam em busca de assistência médica, enquanto hospitais deixaram de funcionar após ataques ou evacuações. A imposição de restrições de viagem pelas partes em guerra, impuseram gigantescos desafios ao trânsito de pessoas e organizações humanitárias. 

Em resposta à situação, nossas equipes em Kachin e Shan forneceram assistência médica e distribuíram ítens de primeira necessidade, incluindo kits de higiene e cozinha, às pessoas deslocadas. Além disso, expandimos nossa prestação de serviços de saúde sexual e reprodutiva e apoio às vítimas de violência sexual em Kachin, Shan e Rakhine. 

Até novembro, nossas equipes móveis no distrito de Sittwe, Rakhine, realizaram consultas ambulatoriais em áreas remotas, onde os cuidados de saúde são escassos ou inexistentes, ou inacessíveis devido a custos ou restrições de movimento. Identificamos pacientes que precisam de cuidados especializados e facilitamos seu encaminhamento aos especialistas. Este processo apresenta um desafio maior para o povo Rohingya, que está confinado em campos ou aldeias cercadas e precisa de autorização das autoridades para se movimentar livremente. 

Devido à escalada do conflito, nossas equipes não conseguiram administrar clínicas móveis nos últimos dois meses do ano. Como resultado, os pacientes dependeram enormemente de nossos agentes comunitários de saúde e teleconsultas para atendimento médico. 

Além disso, ampliamos nosso apoio ao Hospital de tubertculose Aung San na capital, Rangum, que fornece cuidados para quase 50% dos pacientes do país com tuberculose resistente a medicamentos (TB-DR). 

Em 2023, continuamos a transferência de nossos pacientes com HIV para o Ministério da Saúde, enquanto mudamos nossa atenção para fornecer suporte ao programa nacional de AIDS por meio de nosso pessoal especializado e da prestação de apoio técnico. 

Após a chegada do ciclone Mocha ao estado de Rakhine em maio, que causou danos generalizados a casas e infraestruturas, fornecemos cuidados médicos às pessoas afetadas. Além disso, conduzimos atividades de água e saneamento, que incluíram o reparo de sanitários, distribuição de itens de higiene e transporte de água limpa. 

Dados referentes a 2023

181.600

Consultas ambulatoriais

3.340

consultas individuais de saúde mental

17,7 milhões de euros

Despesas:

1.600

pessoas recebendo tratamento antirretroviral para o HIV

pessoas iniciaram tratamento para TB-DR

190

2.540

Consultas individuais de saúde mental

1.330

Equivalente a tempo integral

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