No Irã, Médicos Sem Fronteiras (MSF) administra programas para ajudar refugiados afegãos, usuários de drogas, profissionais do sexo, pessoas em situação de rua e outros grupos marginalizados que enfrentam barreiras de acesso a cuidados de saúde.  

 Essas comunidades enfrentam um risco significativo de contrair certas doenças, como tuberculose (TB), hepatite C, HIV e doenças relacionadas com à exposição a condições de vida precárias. No entanto, elas não conseguem acesso aos serviços devido ao preconceito e à exclusão. 

 Em 2022, MSF continuou oferecendo cuidados de saúde abrangentes a essas comunidades, principalmente ao crescente número de afegãos que chegaram ao país. Oficialmente, o Irã abriga 800 mil afegãos, mas estima-se que outros 2,7 milhões vivam no país, a maioria sem documentos 1, sendo que cerca de 1 milhão deles fugiu pela fronteira desde que o Talibã assumiu o controle do Afeganistão, em agosto de 2021. 

 No sul de Teerã, administramos uma variedade de serviços médicos por meio de uma unidade de saúde localizada no bairro de Darvazeh Ghar, bem como clínicas móveis. Nossas equipes ofereceram cuidados básicos de saúde, enfermaria, apoio à saúde mental, triagem e testes para COVID-19 e tratamento e encaminhamento para hepatite C e B, HIV, sífilis e tuberculose. Também oferecemos serviços de obstetrícia e cuidados de pré e pós-natal.  

 Em Mashhad, a segunda maior cidade do Irã, localizada perto da fronteira com o Afeganistão, continuamos oferecendo consultas médicas e exames para doenças infecciosas. Também oferecemos aconselhamento, apoio social, educação em saúde e referências para centros de saúde especializados por meio de nossa clínica no distrito de Golshahr, onde a maioria dos afegãos da cidade se estabeleceu. 

 Oferecemos tratamento para hepatite C a usuários de drogas em centros de reabilitação e fortalecemos nossos serviços de saúde mental enviando um psicólogo para realizar consultas na “cidade dos hóspedes” de Torbat-e Jam, um assentamento de refugiados administrado pelo governo na província de Razavi Khorasan. 

 Em dezembro, lançamos novas atividades, incluindo cuidados de saúde básica e reabilitação das instalações em que trabalhamos, por meio de três centros de saúde na cidade de Kerman, com o objetivo de preencher as lacunas na oferta de serviços para os cerca de 400 mil refugiados afegãos recém-chegados e não registrados no Irã.