Um tradutor de MSF dá instruções às mulheres que esperam com seus filhos por consultas médicas numa clínica móvel em Adiftaw. Etiópia, março de 2021. © Igor Barbero/MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) retomou atividades nas regiões de Amhara, Gambella, Somali e Tigré na Etiópia em 2022, na medida em que manteve o trabalho em Afar e na Região das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul (SNNPR, na sigla em inglês), oferecendo cuidados de saúde em resposta a crises cíclicas. 

 Apesar da suspensão das restrições governamentais, a insegurança e as barreiras administrativas continuaram dificultando o acesso humanitário às cerca de 20 milhões de pessoas que precisam de assistência em toda a Etiópia em 20221. Embora o conflito de dois anos em Tigré tenha terminado em novembro, milhares de pessoas foram mortas ou deslocadas internamente pelos confrontos em todo o país. 

 Em março, retomamos a prestação de serviços de saúde para refugiados sul-sudaneses no acampamento de Kule, na Região Gambella, e começamos a responder à desnutrição, à cólera e ao sarampo na Região Somali, duramente atingida pela seca. 

 Além disso, concentramos esforços na resposta à desnutrição na Região Afar, onde apoiamos o hospital de Dupti e administramos clínicas móveis e um centro nutrição intensiva para oferecer atendimento para a doença. 

 Ao longo do ano, nossas equipes administraram clínicas móveis e, posteriormente, quando o conflito arrefeceu, reabilitaram e apoiaram unidades de saúde no SNNPR. 

 Em julho, reabrimos nosso projeto em Abdurafi, na Região Amhara, oferecendo tratamento para calazar, uma doença tropical mortal, e picadas de cobra. 

 No norte e no leste de Amhara e no norte de Afar, oferecemos cuidados de saúde a comunidades afetadas por conflitos por meio de clínicas móveis. Além disso, doamos suprimentos médicos e reabilitamos instalações de saúde que haviam sido saqueadas e danificadas. As pessoas com as quais tivemos contato descreveram imenso sofrimento ao contar histórias pessoais envolvendo a violência extrema, a perda de meios de subsistência, de suas casas e terras e o medo constante. 

 Em novembro, retomamos nossa resposta no Noroeste de Tigré, apoiando duas unidades de saúde e operando clínicas móveis em áreas rurais, onde as instalações de saúde e a infraestrutura de água haviam sido danificadas ou destruídas. 

 MSF continua cobrando respostas pela morte de três colegas
 Em 24 de junho de 2021, nossos colegas María Hernández Matas, Tedros Gebremariam Gebremichael e Yohannes Halefom Reda foram brutal e deliberadamente mortos em Tigré, quando estavam claramente identificados como trabalhadores humanitários. Mesmo após uma intensa articulação com as autoridades etíopes, ainda não temos respostas confiáveis no que diz respeito ao que aconteceu com nossos colegas. MSF continuará buscando respostas e cobrando a prestação de contas por este incidente, na esperança de que isso ajude a melhorar a segurança dos trabalhadores humanitários na Etiópia. 

Dados referentes a 2022

163.200

Consultas ambulatoriais

1.290

Partos assistidos

33.900

Casos de malária tratados

1.910

Crianças admitidas em programas de nutrição intensiva

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