MSF ampliou suas atividades no Líbano após a intensificação dos bombardeios israelenses e das incursões terrestres em setembro de 2024. 

 

A guerra no Líbano eclodiu em meio a uma crise econômica em curso, durante a qual a população já enfrentava dificuldades para acessar cuidados de saúde. Em 2024, 1 milhão de pessoas foram deslocadas de suas casas, enquanto 2 milhões necessitavam de ajuda humanitária urgente. 

MSF atua no Líbano desde 1976, administrando clínicas e oferecendo tratamento para doenças não transmissíveis (DNTs), bem como cuidados de saúde pediátricos, reprodutivos, além de serviços de saúde mental. Em setembro de 2024, intensificamos nossas atividades em resposta às necessidades das pessoas afetadas pela guerra. 

Em Trípoli, cobrimos os custos de tratamento para DNTs em clínicas externas, capacitamos profissionais de saúde e doamos medicamentos. Nos subúrbios ao sul de Beirute, nossas clínicas em Bourj Al-Barajneh e Bourj Hammoud ofereceram cuidados de saúde reprodutiva, apoio em saúde mental e consultas gerais à comunidade local, incluindo refugiados palestinos e sírios, além de trabalhadores migrantes da África Subsaariana e do Sudeste Asiático. 

Até meados de 2024, havíamos integrado serviços de saúde reprodutiva e de saúde mental ao centro de saúde Al-Makassed, em Wadi Khaled. Em Baalbek-Hermel, oferecemos cuidados básicos e reprodutivos, tratamento para doenças crônicas e apoio em saúde mental por meio de clínicas em Arsal e Hermel. Também organizamos encaminhamentos de emergência para cuidados especializados. Em agosto, estabelecemos uma parceria com o Ministério da Saúde Pública do Líbano para conduzir uma campanha de vacinação contra a cólera em Arsal, com foco nas comunidades de refugiados superlotadas. 

Em resposta à intensificação dos bombardeios e das incursões terrestres israelenses em setembro, MSF mobilizou 22 equipes médicas móveis para as áreas mais severamente impactadas pelo conflito, incluindo Beirute, Monte Líbano, Baalbek-Hermel e Akkar. 

Essas equipes prestaram atendimento a vítimas de trauma, ofereceram serviços de saúde mental, apoiaram centros de saúde locais, reforçaram a capacidade operacional dos hospitais com treinamentos em gestão de vítimas em massa e forneceram toneladas de materiais médicos e de assistência humanitária. 

Em Saida, apoiamos o hospital turco doando suprimentos médicos e apoiando a equipe cirúrgica. Além disso, implementamos uma linha telefônica de apoio psicológico, oferecendo suporte remoto em saúde mental. Essas iniciativas foram fundamentais, considerando que as unidades de saúde locais não conseguiam lidar com o crescente número de feridos e com a destruição de suas infraestruturas. 

Além das atividades médicas, distribuímos kits de higiene, cobertores, colchões e água potável para abrigos que acolhem pessoas deslocadas. Também fornecemos refeições quentes a centenas de famílias ao longo dos meses de guerra. 

Após o cessar-fogo de novembro, muitas pessoas deslocadas retornaram e encontraram suas residências completamente destruídas. Outras, porém, ainda temem regressar. O acesso aos serviços de saúde continua extremamente limitado, em razão dos extensos danos à infraestrutura e dos custos inacessíveis. A guerra tem sido particularmente devastadora para os profissionais de saúde e as instalações médicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 7 de outubro de 2023 e 18 de novembro de 2024, 226 trabalhadores da saúde e pacientes foram mortos, e outros 199 ficaram feridos.1 

No final de 2024, continuamos a prestar cuidados médicos essenciais e apoio às comunidades que enfrentam dificuldades econômicas persistentes em um cenário contínuo de insegurança. 

Dados referentes a 2024

143.500

Consultas ambulatoriais

19.300

consultas por diabetes

10.500

Consultas individuais de saúde mental

365

Equivalentes em tempo integral

16.100

famílias receberam itens de ajuda humanitária

29,6 milhões de euros

Despesas

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