Por que Médicos Sem Fronteiras está na COP27?

Em vários países onde MSF atua, nossas equipes médico-humanitárias estão respondendo a emergências de saúde que são agravadas pelas mudanças climáticas.

Foto: Sean Sutton/MSF
Foto: Sean Sutton/MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) responde a crises médico-humanitárias urgentes em mais de 70 países. Nossas equipes estão prestando assistência para aqueles que estão enfrentando os impactos da emergência climática na saúde, muitos dos quais são os menos responsáveis pelas emissões dos gases do efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas.

MSF está participando como observadora oficial da 27ª Conferência das Partes (COP27) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) em Sharm El-Sheikh, Egito, entre 6 e 18 de novembro de 2022. O objetivo da COP27 vai desde uma transição para energia renovável ao apoio financeiro para comunidades vulneráveis mais afetadas pela emergência climática.

Em vários países onde MSF atua, como Moçambique, Somália, Camarões, Sudão do Sul, Madagascar e Paquistão, nossas equipes médico-humanitárias estão respondendo a emergências de saúde que são agravadas pelas mudanças climáticas. Por exemplo, estamos vendo o aumento da transmissão de doenças infecciosas, como malária, dengue e cólera, pois a água estagnada e os mosquitos podem alimentar a propagação de doenças transmitidas por vetores e pela água. Estamos testemunhando o aumento da falta de acesso à água potável segura e da insegurança alimentar, o que pode levar à desnutrição. Também observamos exposições ao calor extremo, o que pode desencadear quadros de desidratação e impactos na saúde mental.

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A crise climática é uma crise humanitária e de saúde.

“Atualmente, as necessidades já estão superando a resposta”.

– Stephen Cornish, diretor-geral de MSF na Suíça.

 

“Trata-se de uma crise de solidariedade e agora está dando lugar a uma crise moral. O mundo não pode deixar as pessoas que sofrem as consequências mais trágicas sem apoio”, disse Stephen Cornish, diretor-geral de MSF na Suíça. “Hoje, estamos revisando nossas estratégias operacionais para fortalecer a preparação para emergências. Adaptar nossas atividades às realidades das mudanças climáticas nos permitirá continuar a prestar os melhores cuidados aos nossos pacientes e fornecer assistência onde houver maior necessidade”.

Reconhecendo a necessidade de ação coletiva contra as mudanças climáticas, MSF assinou a Carta do Clima e Meio Ambiente para Organizações Humanitárias e uma declaração conjunta com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. A Carta e a declaração conjunta visam a motivar e orientar planos de ação contra as mudanças climáticas, especialmente para as comunidades mais vulneráveis.

Só uma ação política concreta para implementar soluções para limitar as alterações climáticas pode evitar as consequências humanitárias. As organizações humanitárias respondem às crises independentemente da causa. Mas seus esforços não compensarão as falhas em responder adequadamente a essas crises por parte de nossos líderes políticos. Todos temos um papel importante a desempenhar.

 

 

 

 

 

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