Ciclone no Rio Grande do Sul: MSF dá apoio a pessoas impactadas pelo desastre

Organização está atuando diretamente na saúde mental e atenção psicossocial a vítimas

© Samuel Johann/MSF

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras está trabalhando em cidades do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, atingidas por inundações causadas por um ciclone extratropical no início de setembro.

Uma equipe de psicólogos de MSF está oferecendo formações de estratégias comunitárias para suprir as demandas por apoio de saúde mental na região. Além dessa iniciativa, outras atividades já estão em curso. Logo nos primeiros dias após a passagem do ciclone, uma equipe visitou os locais afetados para avaliar a melhor maneira de colaborar com a resposta.

Na segunda semana de setembro, foram enviados promotores de saúde que passaram a prestar assistência à população que precisou ir para abrigos nas cidades de Lajeado, Encantado e Estrela. Entre as atividades realizadas estão o apoio na distribuição de refeições e de kits de higiene, além de triagem e distribuição de itens doados às vítimas. Também foram dadas orientações e realizados encaminhamentos a serviços de saúde e de assistência psicossocial.

A atuação já nos primeiros dias foi importante, porque conseguiu aliviar um pouco a escala das equipes locais, muito sobrecarregadas. “Muitas vezes após uma tragédia como essa, há uma descontinuidade no acesso a alguns serviços públicos, por isso é importante orientarmos essas pessoas”, explica a coordenadora do projeto de emergência de MSF no Rio Grande do Sul, Verônica Erthal. “Esse apoio simples permite reduzir o sofrimento das pessoas atingidas para que elas possam, por exemplo, saber como acessar serviços médicos públicos e fazer reemissão de documentos perdidos”, afirma ela.

Em parceria com outras organizações e autoridades nos níveis local, estadual e federal, MSF também fez um trabalho específico de apoio a migrantes que vivem na região. A organização conta com um mediador cultural que tem ajudado pessoas originárias do Haiti e de países africanos de língua francesa, além de migrantes de outras nacionalidades, na interlocução com autoridades locais para reemissão de documentos.

Toda a atuação de MSF tem sido realizada de maneira coordenada e conjunta com as prefeituras locais, com o governo estadual e com entes federados, a partir das demandas específicas das estruturas de saúde existentes nos municípios.

Uma das demandas é por saúde mental. Psicólogos de MSF especializados em emergências estão realizando atividades junto ao CEREST regional (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) com servidores das áreas de saúde, educação e assistência social, além de lideranças comunitárias.

O objetivo é prepará-los para identificar necessidades e oferecer assistência inicial a pessoas que venham a demandar apoio de saúde mental. “Durante um desastre, as necessidades que são mais evidentes são de socorro e atenção médica, mas é essencial poder acompanhar as demandas por apoio psicológico que podem aparecer dias, semanas ou meses depois”, explica Alvaro Palha, coordenador de saúde mental do projeto de emergência de MSF.

© Germano Viegas/MSF

No período recente, MSF tem atuado de maneira frequente com ações de saúde mental em áreas afetadas por desastres socioambientais associados a eventos climáticos extremos. No ano passado, a organização esteve presente na cidade de Recife, e anteriormente, no mesmo ano, o trabalho foi realizado em Itabuna, na região sul da Bahia. Já em 2022 foram oferecidos atendimentos e treinamentos após enchentes e deslizamentos na cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

MSF iniciou suas atividades no Brasil há mais de 30 anos. Atualmente, trabalhamos na assistência à população indígena na Casai (Casa de Saúde Indígena), em Boa Vista (RR) e no interior da Terra Indígena Yanomami, onde fazemos diagnóstico e tratamento de malária e atendimentos de saúde básica. Também estamos presentes na cidade de Portel, na região da ilha do Marajó (PA), onde prestamos assistência em unidades de saúde, com foco na população mais vulnerável, entre os quais ribeirinhos e quilombolas.

 

 

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