MSF inicia treinamentos para reforçar apoio de saúde mental a vítimas de enchentes em Pernambuco

Equipe da organização trabalha em Jaboatão dos Guararapes e Recife.

Uma equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está em Pernambuco para dar suporte aos profissionais de saúde locais no enfrentamento das consequências das fortes chuvas que ocorreram no final de maio na Região Metropolitana do Recife.

O foco da atuação de MSF é o apoio e a capacitação em saúde mental. A organização aplica protocolos e oferece treinamentos praticados em contextos onde ocorrem catástrofes socioambientais, como a que aconteceu recentemente em Pernambuco. O público-alvo são os profissionais da área de saúde, educação e assistência social, além de lideranças comunitárias que estão na linha de frente, oferecendo atendimento a desabrigados e pessoas que de alguma forma sofreram os impactos da tragédia do mês passado.

O trabalho, que começou na terceira semana de junho, vai abranger as cidades do Recife e de Jaboatão dos Guararapes. A ideia é que, com o aumento da capacidade de resposta psicossocial local proporcionada pelos treinamentos, os cuidados possam chegar de maneira mais ágil à população.

Esta é a terceira vez neste ano que Médicos Sem Fronteiras realiza uma ação de capacitação na área de saúde mental em contexto de emergências e desastres no Brasil. Em fevereiro e março, as equipes da organização estiveram em Itabuna, sul da Bahia, cidade que foi atingida no final do ano passado por fortes chuvas que deixaram mortos e desabrigados. MSF treinou profissionais da linha de frente para identificar e referenciar pacientes que necessitassem de atendimento em saúde mental. Um trabalho semelhante foi realizado durante o mês de março em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde a chuva também causou mortes e desabamentos.

“O que percebemos é que quando já foi superada a fase mais crítica da resposta a um evento desse tipo, como resgate de vítimas e retirada de famílias de áreas de risco, costumam aumentar as demandas por apoio psicossocial”, explica Henry Rodriguez, coordenador de emergência de MSF em Pernambuco. “Esse trabalho é importante para que a comunidade possa se reestruturar depois de sofrer tantas perdas”, explica ele.

Assim como nestas ações realizadas no Brasil, MSF tem atuado ao redor do mundo em ambientes vulneráveis à ação do clima. Em muitos países onde a organização trabalha, as equipes médico-humanitárias já estão respondendo a situações relacionadas com as mudanças que resultam em alterações nos padrões de chuva, temperatura e eventos climáticos extremos mais frequentes, como ciclones, furacões, secas e enchentes.

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