Gaza: “Ofensiva terrestre declarada por Israel em Rafah seria catastrófica”

Meinie Nicolai, diretora-geral de Médicos Sem Fronteiras, alerta que a escalada brutal da guerra tornou quase impossível o trabalho da organização em Gaza.

Acampamento de pessoas deslocadas em Rafah, onde muitos palestinos foram buscar abrigo. Foto: Mohammed Abed

“A ofensiva terrestre declarada por Israel em Rafah seria catastrófica e não deve prosseguir. Como o bombardeio aéreo na região continua, mais de 1 milhão de pessoas, muitas vivendo em tendas e abrigos improvisados, enfrentam agora uma escalada dramática nesse massacre contínuo. Nenhum lugar de Gaza é seguro, e os repetidos deslocamentos forçados levaram as pessoas a Rafah, onde estão encurraladas em um pequeno pedaço de terra e não têm opções.

Desde o dia 7 de outubro de 2023, nossas equipes médicas e nossos pacientes foram forçados a evacuar nove instalações de saúde diferentes na Faixa de Gaza, após ficar sob o fogo de tanques, artilharia, caças, franco-atiradores e tropas terrestres, ou de serem submetidos a ordens de evacuação. A equipe médica e os pacientes foram presos, maltratados e mortos. Tudo isso ocorreu à vista dos líderes mundiais.

Agora, se tornou quase impossível trabalhar em Gaza. Todas as nossas tentativas de prestar assistência vital aos palestinos foram reduzidas pela condução das hostilidades por parte de Israel. As necessidades são enormes, e a situação exige uma resposta humanitária segura e em uma escala muito maior.

Apelamos ao governo de Israel para que interrompa imediatamente essa ofensiva e a todos os governos que o apoiam, inclusive os Estados Unidos, para que tomem medidas concretas para conseguir um cessar-fogo total e sustentado. A retórica política não é suficiente”- Meinie Nicolai, diretora-geral de Médicos Sem Fronteiras.

Leia também: Gaza: “Permanecer vivo é apenas uma questão de sorte”

 

 

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