Ações de MSF na Terra Indígena Yanomami: seis perguntas e respostas

Organização atua contra o avanço da malária em território indígena no estado de Roraima.

Foto: Marília Izidório

Profissionais de Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão atuando contra o avanço da malária na Terra Indígena Yanomami (TIY), na região de Auaris, em Roraima. O apoio ao trabalho de assistência à população indígena na região, iniciado em maio, ocorre em parceria com a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde.
Quer saber mais sobre nossas atividades no território Yanomami? Confira em seis perguntas e respostas.

1. Que tipo de atividades MSF está realizando no território Yanomami?

MSF está trabalhando em parceria com a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) na detecção ativa dos casos de malária e no tratamento da doença. Juntamente com profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Yanomami), divisão do sistema de saúde pública indígena dedicado ao atendimento no território, estamos buscando de forma ativa os indígenas que podem estar com a doença, testando o maior número de pessoas, mesmo aquelas que não apresentam sintomas. Só assim conseguimos detectar e tratar o mais rapidamente possível a malária, diminuindo a taxa de transmissão.

 

2. Onde MSF está atuando?

MSF está atuando na região de Auaris, em Roraima, uma das mais populosas da TIY, com mais de 4 mil pessoas do total estimado de 30 mil indígenas em toda Terra Yanomami, cuja área é maior do que a de Portugal. A maior parte da população da TIY pertence ao povo Yanomami, que compreende diversos grupos. Em Auaris, o grupo mais numeroso é o dos Sanöma (pronuncia-se “Sanumá”), que compartilha uma origem comum com os Yanomami, mas se reconhece como um grupo à parte. Na região também estão presentes os Ye’kwana (pronuncia-se “Iecuana”), que possuem origem e cultura diferentes.

3. Quais tipos de profissionais estão envolvidos?
Para realizar o trabalho, MSF possui atualmente uma equipe de cerca de dez pessoas na região de Auaris, com médicos, equipe de enfermagem e um microscopista, apoiados por uma antropóloga e um especialista em logística. As atividades são realizadas em parceria com o DSEI, que possui equipes que incluem médicos, enfermeiros e agentes de saúde indígena.

4. Como é realizado o trabalho de busca ativa de casos da malária?
A busca ativa de casos é feita todos os dias, e a tarefa pode exigir horas de deslocamento por rios e também longas caminhadas a pé até chegar às comunidades. O trabalho consiste na coleta de amostras de sangue das pessoas da comunidade, que podem chegar a 100 por dia por microscopista. A análise das lâminas coletadas é realizada geralmente no mesmo dia, e todos que testam positivo iniciam imediatamente o tratamento.

5. MSF está realizando atendimento médico para casos de malária?
Sim, além da detecção e do diagnóstico da doença, todo o tratamento para malária está disponível no território de Auaris. Dependendo do tipo de malária e caso a pessoa já tenha tido a doença anteriormente, a duração do tratamento pode variar de três dias a duas semanas.

6. Como são tratados os casos mais graves de malária?
É possível referenciar os casos mais graves para Boa Vista, mas todo o tratamento de malária está disponível na região de Auaris. Além disso, preferimos evitar as transferências e manter as pessoas perto das suas comunidades e de seus familiares. Mas se for preciso um atendimento de maior complexidade, podemos transferir para Boa Vista.

 

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