Refugiados pelo mundo

Em Mianmar, os rohingyas são uma minoria que tem seus direitos políticos negados e sofreram com graves episódios de violência. Por isso, milhares fogem de lá em busca de refúgio em Bangladesh, país vizinho. Desde agosto de 2017, o distrito de Cox’s Bazar já recebeu cerca de 700 mil refugiados rohingyas.
“Fugir para Bangladesh não foi uma escolha. Meu filho mais velho foi morto em Mianmar. Ele estava tentando fugir do país. Os militares atacaram nosso vilarejo. Esse dia foi horrível. Não acho que possamos voltar para lá. Não somos aceitos por sermos rohingyas. Como podemos viver em paz?” Yussuf Ali, 74 anos, e sua esposa, Nana Bibi, de 60 anos, vivem agora no campo de Kutupalong, em Bangladesh.
O Sudão do Sul é o mais novo país do mundo e tem sua história marcada por uma grave crise humanitária. A guerra que assola o país há mais de cinco anos continua destruindo vilarejos, separando famílias e matando milhares de civis. Essa já é considerada a maior crise de refugiados de todo o continente africano.
Jacomina, de 45 anos, fugiu do Sudão do Sul em abril de 2017. Ela vive agora em Uganda com seus dois filhos. Ela se viu obrigada a deixar seu país pela falta de comida devido à guerra, mas continua enfrentando o mesmo problema no campo de refugiados.
Para muitos refugiados, cruzar o mar Mediterrâneo é uma das únicas opções para fugirem de conflitos. Mesmo sendo uma travessia extremamente perigosa, eles arriscam suas vidas em botes de borracha para chegar à Europa. Nem sempre receptivo, o continente abriga cerca de 15% dos refugiados no mundo inteiro.
“Minha esperança é permanecer vivo. Passei por diversos problemas em minha travessia. Uma equipe de resgate tentou nos ajudar, mas a Guarda Costeira líbia impediu. Eles começaram a atirar em nossa direção. Muitas pessoas foram atingidas e eles nos levaram de volta à Líbia. Lá é muito inseguro.” Moses foi resgatado pelo navio de busca e salvamento Aquarius, no começo do mês de junho.
A crise humanitária na Somália faz com que a população do país busque ajuda em outros países. A falta de segurança, alimentos, liberdade e cuidados médicos são uma constante na região.
“Meu sonho para o futuro? Não tenho. É melhor não sonhar do que sofrer por decepção.” Zam Zam é somali e viveu no campo de refugiados de Ritsona, na Grécia. Ela e sua família fugiram da Somália por causa da guerra e das difíceis condições de vida no país.
A situação na República Democrática do Congo continua muito insegura. O exército congolês e vários grupos armados lutam pelo controle do território rico em recursos e a infraestrutura precária e serviços de saúde inadequados restringem o acesso a atendimento médico no país. Os países vizinhos são os que mais recebem refugiados congoleses.
“Meu marido foi baleado na cabeça no dia 11 de março de 2018, quando tentávamos cruzar o lago Albert.” Salama, de 19 anos, vem de Ituri, na República Democrática do Congo. A violência na região a forçou a deixar seu país e buscar refúgio em Uganda, país vizinho. Foto: Mohammad Ghannam/MSF
A Síria é um país destruído por uma guerra que já dura sete anos. Durante esse tempo, grande parte da infraestrutura do país foi dizimada e o acesso a serviços médicos se tornou extremamente limitado. Os sírios representam o maior número de refugiados atualmente.
“Não trouxemos nada de casa, apenas nossos filhos. Nós trabalhávamos, mas agora não temos dinheiro nenhum.” Hasim e Hulud fugiram da Síria com seus filhos e o irmão de Hulud. Eles se abrigaram em um campo de refugiados na Grécia. “Ficaremos felizes em qualquer lugar seguro para as crianças, onde eles possam ir à escola e nós possamos trabalhar.”
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Em 2017, 68 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em busca de abrigo; 25 milhões delas precisaram abandonar também seus países à procura desse lugar seguro. Engana-se quem pensa que apenas a guerra os motiva. Outras formas de violência, além de perseguições por raça, religião, etnia, nacionalidade, opinião política e orientação sexual aumentam cada vez mais esse número.

O destino, nem sempre escolhido, desses refugiados é em 85% dos casos países em desenvolvimento. Países fronteiriços são a principal opção daqueles que fogem da violência e buscam reconstruir suas vidas.
MSF trabalha para oferecer atendimento médico, cuidados de saúde mental e realizar campanhas de vacinação para população refugiada. Também estamos presentes em muitos campos de refugiados para ajudar no acesso a água potável e saneamento adequado.
 
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