O que nos motiva diariamente: 5 projetos repassados por MSF após o alcance de bons resultados

Compartilhamos alguns dos projetos que atingiram seus objetivos e foram repassados pela organização às autoridades locais.

Foto: MSF/Igor Barbero

Os projetos realizados por Médicos Sem Fronteiras (MSF) podem durar algumas semanas, meses ou anos, a depender do nível das necessidades locais e da presença e atividades conduzidas por outros atores da área da saúde na região em questão. Contamos com a avaliação de nossas equipes em campo e dos centros operacionais para nos ajudar a avaliar quando uma epidemia ou conflito retrocedeu ou quando as organizações ou autoridades locais têm os recursos e a experiência necessários para assumir as operações.

Em muitos projetos de MSF, treinamos profissionais locais para desenvolverem habilidades médicas específicas, buscando garantir que os pacientes continuem a receber os cuidados que necessitam após a partida de nossas equipes. A maneira como abrimos e fechamos projetos foi desenvolvida para assegurar que nossos recursos e nossa experiência sejam usados da forma mais eficiente possível para salvar vidas.

Confira cinco projetos que ampliaram o acesso de populações a cuidados de saúde e foram repassados a parceiros locais.

1. Sudão

Foto: Foto: Igor Barbero/MSF

MSF deixa legado duradouro de um hospital para a comunidade no estado do Nilo Branco, no Sudão, transferindo suas atividades médicas às autoridades de saúde locais. O hospital Al-Kashafa de MSF se tornou referência para refugiados e comunidades que vivem nas localidades de Al-Salam e Al-Jebelin. Desde 2019, as equipes da organização conduziram aproximadamente 500 mil consultas, trataram mais de 8 mil crianças com desnutrição e vacinaram mais de 25 mil para protegê-las das doenças comuns da infância. A equipe de saúde mental realizou mais de 6 mil consultas e os promotores de saúde conduziram mais de 10 mil sessões de sensibilização em temas de saúde.

“Conseguimos salvar muitas vidas e fornecer assistência médica para refugiados e comunidades locais. Reduzimos a carga de doenças e melhoramos o acesso das pessoas a cuidados médicos de qualidade”, disse Claudia Stephan, representante de MSF no Sudão, na cerimônia de repasse do projeto, em dezembro de 2021.

2. Jordânia

Foto: Mohammed Sanabani/MSF

MSF repassou um de seus maiores projetos para atender às necessidades humanitárias e de saúde dos refugiados sírios na Jordânia em janeiro deste ano. A resposta humanitária nesse contexto começou em 2013, envolvendo, ao longo desses anos, atividades para tratar feridos de guerra, cuidados pós-operatórios, clínicas móveis e atendimento a pacientes com COVID-19. Além disso, após uma avaliação das necessidades, MSF ofereceu serviços para doenças crônicas gratuitamente na província de Irbid.

Com a melhoria do acesso a cuidados de saúde para doenças crônicas na Jordânia, estruturamos uma estratégia de saída envolvendo o Ministério da Saúde para assumir nosso trabalho. “Fizemos o nosso melhor para implementar um atendimento integral. Incorporamos cuidados de enfermagem, fisioterapia e apoio à saúde mental com grande ênfase na promoção da saúde, cuidados preventivos e domiciliares”, diz Stefanie Christina Dittmann, coordenadora do projeto de MSF em Irbid, no norte da Jordânia. Também estamos monitorando a situação de saúde dos refugiados sírios no país e continuamos comprometidos em fornecer atendimento em toda a região do Oriente Médio e em movimento. MSF continua trabalhando na Jordânia, em seu hospital cirúrgico em Amã, que funciona desde 2006.

3. El Salvador

Foto: Alex Pena/MSF

Após três anos de atuação, MSF repassou seus projetos em El Salvador em janeiro deste ano. As atividades foram finalizadas depois de terem sido alcançados os objetivos de fornecer maior acesso à saúde para as pessoas que vivem em comunidades afetadas pela violência e fortalecer o atendimento médico pré-hospitalar em áreas que antes não tinham recursos para tanto.

Desde março de 2018, MSF ofereceu atendimento médico direto a 11 comunidades com o auxílio da presença semanal de equipes médicas em campo, serviço ao qual foi adicionado uma consulta remota subsequente à visita. Além disso, a organização colaborou com unidades de saúde da região, que, a partir de janeiro, ficaram com a responsabilidade de garantir a continuidade do atendimento. No mesmo ano, MSF agregou mais uma atividade ao projeto: um atendimento pré-hospitalar disponível a qualquer momento, em parceria com o Ministério da Saúde. Ao longo dos três anos de atividades, MSF apoiou várias instituições e organizações para fornecer cuidados básicos de saúde e atendimento psicológico para pessoas deslocadas e/ou vítimas de violência.

4. Moçambique

Foto: Foto: Ariana Atala/MSF

MSF inaugurou o Centro de Referência do Alto Maé (CRAM) em Maputo, em 2010, com o apoio das autoridades de saúde moçambicanas, com o objetivo de ampliar o acesso a cuidados médicos para pessoas com HIV avançado. O centro se tornou o primeiro e único local de atendimento no país a receber pacientes que sofrem de graves problemas de saúde relacionados ao HIV. Na última década, a equipe do CRAM atendeu quase 24 mil pessoas com HIV, orientando-as no rastreamento, no diagnóstico e no tratamento da doença, de infecções oportunistas e de outras complicações.

“Não tenho palavras para descrever a magnitude do que o CRAM representa para Moçambique; ele faz a diferença na vida de nossos pacientes”, disse o enfermeiro supervisor Rodrigues Ernesto Guambe (ou simplesmente “Guambe”). As evidências médicas produzidas pelas atividades do CRAM nos últimos dez anos contribuíram para que as autoridades de saúde de Moçambique tenham introduzido novas políticas e programas de saúde que beneficiaram ainda mais moçambicanos. No início de 2021, MSF repassou as atividades do CRAM às autoridades de saúde moçambicanas e seus parceiros.

5. Nigéria

Foto: Olga Victorie/MSF

De maio de 2010 a fevereiro de 2022, MSF atuou no estado de Zamfara, na Nigéria, onde centenas de crianças morreram por envenenamento de chumbo. A causa foi a contaminação ambiental por meio de atividades de mineração inseguras na área. O chumbo pode causar danos cerebrais graves e até a morte em crianças.

MSF rastreou mais de 8 mil crianças menores de cinco anos por envenenamento por chumbo. Mais de 80% delas foram inscritas em um programa médico, incluindo 3.549 crianças que receberam longa terapia de quelação para remover o chumbo de seu sangue. Quase 12 anos do início das atividades de MSF na região, não há mais crianças morrendo por envenenamento por chumbo em Zamfara. Como resultado, a organização repassou o programa às autoridades locais.

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