MSF faz balanço de ação humanitária no Líbano

Atividades diminuem à medida que emergência chega ao fim, mas Médicos Sem Fronteiras continua a monitorar a situação no país

A primeira equipe de Médicos Sem Fronteiras entrou no Líbano no dia 20 de julho, uma semana após o início do conflito. O grupo rapidamente aumentou e, com poucas semanas de guerra, 37 integrantes da equipe internacional e 63 da nacional trabalhavam no Líbano e na Síria em nove áreas: Beirute, Saïda, Tiro, Jezzine, Nabatiye, Bekaa Oeste, Aley, Baalbek e Damasco.

Houve duas fases de ação emergencial de MSF à medida que a necessidade de operações evoluiu rapidamente.

Durante a primeira fase de emergência, caracterizada por constantes conflitos, bombardeios e grandes deslocamentos de pessoas, as operações de MSF tiveram como foco três atividades:

– Oferecer assistência (itens emergenciais, ajuda médica, tratamentos de água e saneamento) para os milhares de desabrigados que procuraram refúgio em Beirute, Saïda, Tiro, Jezzine, Nabatiye e nos distritos de Bekaa Oeste, região Aley e para os refugiados que estavam na Síria.

– Manutenção das estruturas de saúde locais que enfrentavam falta de suprimentos médicos e envio de materiais de emergência antes que as rotas de transporte fossem fechadas.

– Busca de acesso às populações que ficaram presas em áreas de combate, em geral no sul do Rio Litani e no Vale do Bekaa.

Depois que o cessar-fogo entrou em vigor, no dia 14 de agosto, a maior parte dos deslocados estava ansioso para voltar para casa. Dois dias após o início da trégua, a maioria dos centros de deslocados estava vazia. Nesta segunda fase, MSF deu novo foco a suas operações:

– Levar mantimentos para as áreas que antes eram inacessíveis.

– Dar apoio – médico e não-médico – aos que voltavam para casa e para os que tinham ficado isolados pela guerra, principalmente no Sul e no Vale do Bekaa.

– Fornecer suprimentos médicos para unidades de saúde nas áreas mais afetadas para facilitar sua reabertura imediata.

– Reabastecer os recursos das comunidades que serviram de abrigo para os deslocados após sua partida.

Antes e depois do cessar-fogo, a maior parte das necessidades médicas foi atendida diretamente por estruturas de saúde libanesas. O trabalho de MSF consistiu apenas em dar apoio a elas. Com o fim da fase aguda de emergência humanitária e com muitas organizações chegando para ajudar na reconstrução, MSF decidiu diminuir suas atividades. No entanto, a organização vai continuar a monitorar a situação, caso haja uma piora.

Durante o conflito, mais de 60 mil deslocados no Líbano e 3,5 mil refugiados na Síria receberam itens emergenciais, como kits de cozinha e higiene, colchões, cobertores, lençóis, leite em pó, abrigos e etc. Mais de 300 toneladas de material foram enviados a Beirute, incluindo itens emergenciais, material médico (para hemodiálise, remédios, kits cirúrgicos, etc) e material logístico (equipamento de saneamento, reservatórios de água, entre outros)

Todas as operações de MSF no Líbano foram financiadas por fundos privados.

Compartilhar
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on print