MSF apoia resposta a surto de Ebola na República Democrática do Congo

Mais de 20 casos confirmados da doença e 16 mortes foram registrados desde o início de setembro

Equipe de MSF trabalha em resposta a surto de Ebola, na província de Kasaï. República Democrática do Congo. ©MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) abriram um Centro de Tratamento de Ebola dentro do Hospital Geral de Referência em Bulape, na província de Kasaï, na República Democrática do Congo (RDC). A unidade começou a receber seus primeiros pacientes ontem (09/09), em resposta ao novo surto da doença declarado oficialmente no último dia 4 de setembro pelo Ministério da Saúde do país.

A região de Kasaï, no centro-sul da RDC, é de difícil acesso, com estradas em péssimas condições, sem aeroporto de carga e com fornecimento limitado de eletricidade — o que impõe desafios significativos à resposta humanitária. Até 9 de setembro, as autoridades sanitárias nacionais já haviam registrado mais de 20 casos confirmados da doença e 16 mortes, incluindo profissionais de saúde entre as vítimas.

As equipes de MSF, da OMS e do Ministério da Saúde estão trabalhando em conjunto na linha de frente do atendimento. Além da atuação direta no centro de tratamento, profissionais de MSF visitaram unidades de saúde vizinhas para reforçar os protocolos de prevenção e controle de infecções (IPC) e oferecer treinamentos aos profissionais.

 

Uma resposta rápida e coordenada

Em coordenação com o Ministério da Saúde congolês e em conjunto com a OMS, MSF mobilizou rapidamente equipes e se juntou a uma operação de emergência na região para avaliar a situação e apoiar os esforços para uma resposta imediata.

“Nossas equipes começaram a apoiar o Hospital Geral de Referência em Bulape quase imediatamente”, afirma Brice de le Vingne, coordenador de emergência de MSF. “Ajudamos a reforçar os protocolos de triagem, fornecemos medicamentos essenciais e equipamentos de proteção individual. Também realizamos treinamentos de prevenção e controle de infecções (IPC) e de cuidados com pacientes sintomáticos.”

“Atualmente, 12 profissionais de MSF estão em Bulape, e estamos enviando mais pessoas e toneladas de suprimentos médicos”, diz de le Vingne. “Estamos trabalhando em conjunto com as autoridades de saúde congolesas para avaliar as necessidades no local e determinar onde nosso apoio também pode ser necessário, como em vigilância, atividade de engajamento comunitário ou vacinação.”

 

Vacinas e tratamento: uma janela crítica

A OMS confirmou que 2 mil doses da vacina contra o Ebola estão disponíveis no país, com remessas adicionais previstas para os próximos dias. MSF está pronta para apoiar os esforços de vacinação, se solicitado pelas autoridades de saúde.

“Este surto é um lembrete da ameaça que o Ebola representa na República Democrática do Congo”, diz Hilde De Clerck, especialista em doenças infecciosas de MSF. “Felizmente, os avanços nos últimos anos levaram a melhores tratamentos, mas essa febre hemorrágica ainda pode ser fatal para a maioria dos pacientes infectados sem cuidados oportunos e adequados. É essencial garantir o acesso ao tratamento e às vacinas.”

O Ebola é transmitido através do contato direto com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados. A transmissão entre seres humanos ocorre através do contato próximo com os fluidos corporais de pessoas infectadas, principalmente através de mucosas, como a boca ou o nariz.

Esta não é a primeira vez que o território de Mweka, na província de Kasaï, enfrenta um surto de Ebola. MSF também apoiou respostas a surtos anteriores na região em 2007 e 2008.

 

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