Médicos Solidários completa 2 anos

Dr. Henrique Peixoto Netto, secretário executivo de Médicos Solidários, fala dos desafios e das dificuldades enfrentadas durante esses dois anos, e comenta sobre os planos da ONG.

A organização Médicos Solidários acaba de completar dois anos de vida. Seu principal projeto, Saúde Solidária, consiste de uma rede de médicos voluntários que atendem gratuitamente, em seus consultórios, pessoas oriundas de instituições carentes. O trabalho teve início em 1998, como um projeto da organização Médicos Sem Fronteiras. Após 3 anos de trabalho, o envolvimento crescente de um grupo de médicos ajudou a transformar o que era um projeto de Médicos Sem Fronteiras em uma organização independente. A ONG Médicos Solidários estabeleceu-se formalmente em julho de 2001. Contou ainda com o apoio financeiro de Médicos Sem Fronteiras, enquanto empenhava-se na busca de financiamento para manter seu trabalho. No início deste ano, Médicos Solidários obteve um financiamento da Petrobrás para manter o projeto Saúde Solidária por mais 12 meses. Dr. Henrique Peixoto Netto, secretário-executivo da ONG, fala dos desafios e das dificuldades enfrentadas durante esses dois anos, e comenta sobre os planos da ONG.

Quais têm sido os maiores desafios da ONG Médicos Solidários nestes 2 primeiros anos?

O maior desafio de Médicos Solidários tem sido administrar a ONG com poucos recursos. O apoio que recebemos da Petrobrás é limitado e não permite, por exemplo, um aumento no número de funcionários, problema que temos procurado minimizar através do trabalho voluntário também na parte administrativa. Mas o retorno que temos por parte dos beneficiários e mesmo de pessoas humildes que conhecem o trabalho nos dá sempre esperança. Um e-mail que chega de uma pessoas do Maranhão, dizendo que nos apóia com entusiasmo é um empurrãozinho que nos impulsiona à frente.

Qual é a média mensal de atendimentos oferecidos pelo projeto Saúde Solidária? E quantos médicos fazem parte do projeto?

Estamos em torno de 1.000 consultas, tendo-se em vista que nos primeiros meses do ano demos uma forte desacelerada devido à mudança e às dificuldades ocorridas durante o processo. Hoje temos mais de 190 médicos cadastrados no projeto. Infelizmente, não podemos crescer muito porque o aumento do número de médicos implica em aumento das despesas administrativas, e não temos recursos para crescer mais. No momento, estamos trabalhando para consolidar o que alcançamos, buscando divulgar nossa marca, fortalecer nossa imagem junto às pessoas para que possamos obter recursos para um crescimento gradual mas seguro.

Quais os planos da ONG para o próximo ano de atividade? Existe algum projeto de expansão do projeto Saúde Solidária?

Quanto ao Saúde Solidária, vemos possibilidades de expansão para Niterói ou outros municípios do Grande Rio. Temos recebido algumas solicitações de lugares diversos do Brasil para expandirmos para estes lugares, mas não temos condição no momento (Manaus, Mossoró, Porto Alegre).

Médicos Solidários têm desenvolvido ou planeja desenvolver outros projetos?

Temos desenvolvido também o projeto Concerto Solidário em que oferecemos oportunidade a 30 crianças de instituições beneficiárias de assistirem aos
espetáculos do circuito internacional do Teatro Municipal; nos dias anteriores à ida ao espetáculo, é dada uma oficina de sensibilização para as crianças, ministrada por um professor da área relativa ao espetáculo. Por exemplo, se o espetáculo é de dança, um professor de dança vai à comunidade
escolhida para assistir aquele espetáculo e faz uma oficina de dança com as crianças que irão assistir ao espetáculo. O vice-presidente do Teatro, conhecendo o projeto, prometeu nos apoiar oferecendo mais ingressos.

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