Gaza: MSF condena ataque israelense que matou profissional em Khan Younis

Incidente deixou 38 pessoas mortas, incluindo 14 crianças, no sul do território

No centro, Hasan Suboh, profissional de MSF morto após ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul de Gaza. © MSF

Nós, de Médicos Sem Fronteiras (MSF), estamos devastados com as repetidas mortes de profissionais da nossa equipe em Gaza. Pedimos o fim imediato dos ataques contra profissionais médicos, trabalhadores humanitários e civis.  

Na noite de 24 de outubro de 2024, as forças israelenses mataram Hasan Suboh após um ataque aéreo atingir a casa de um familiar onde ele estava hospedado, em Khan Younis, no sul de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, o ataque atingiu várias casas e matou 38 pessoas, incluindo 14 crianças e quatro familiares de Hasan.

Hasan ingressou em MSF como trabalhador qualificado em abril de 2019. Ele tinha 41 anos de idade e deixa sua esposa e sete filhos. Neste momento trágico, nossos pensamentos estão com sua família e todos os colegas que lamentam sua morte.

O colete de MSF de Hasan, que o profissional usava o tempo todo, foi encontrado sob os escombros. Essa peça de roupa simboliza o compromisso de Hasan em ajudar pessoas em perigo, mas, de forma mais ampla, também representa a assistência médico-humanitária. Ver o colete destruído é representativo de como, nesta guerra, Israel, o governo dos Estados Unidos e os outros aliados de Israel não consideram a proteção dos profissionais de saúde e estão ignorando completamente as regras de guerra.

A alegação de que os trabalhadores humanitários estão protegidos, que a vida de civis está protegida, foi mais uma vez exposta como uma mentira, para todo o mundo ver.

Colete de Hassan encontrado após ataque aéreo israelense que matou o profissional em Khan Younis, no sul de Gaza. © MSF

Este ataque aconteceu apenas duas semanas depois da perda de Nasser Hamdi Abdelatif Al Shalfouh, morto em 10 de outubro após ser ferido por estilhaços durante ataques implacáveis das forças israelenses em Jabalia, no norte de Gaza. Oito dos nossos colegas foram mortos em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

Denunciamos essas mortes nos termos mais fortes possíveis e estamos revoltados com o fato de que, em mais de um ano de guerra, Israel agiu com total impunidade. Os repetidos ataques diretos de Israel, que não distinguem entre objetivos militares e civis, precisam ser investigados de forma independente.

Em toda Gaza, as pessoas continuam a ser mortas e feridas por combates e bombardeios implacáveis. A guerra total de Israel contra o povo de Gaza e seu completo desrespeito às vidas civis precisam parar agora.

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