Cinco momentos em que MSF atendeu populações indígenas no Brasil

Desde maio, MSF atua no combate à malária no território Yanomami, em Roraima.

Paciente atendida por equipe de MSF no Mato Grosso do Sul. Foto: Diego Baravelli/MSF

Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Brasil iniciaram, em maio, ações na Terra Indígena Yanomami (TIY) para combater o avanço da malária. Mas essa não é a primeira atuação da organização com populações indígenas. MSF tem uma ligação histórica com povos indígenas, uma vez que nossas atividades no Brasil foram iniciadas há mais de 30 anos com um projeto de resposta à epidemia de cólera na região amazônica.
Quer saber mais? Confira cinco momentos em que MSF atendeu populações indígenas no Brasil.

Combate à malária em território Yanomami

Atualmente, MSF está dando apoio ao trabalho de assistência à população na Terra Indígena Yanomami (TIY), em parceria com a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde, desde o fim de maio. As ações ocorrem na região de Auaris, no noroeste de Roraima, e estão focadas na detecção e no tratamento da malária, que é endêmica nessa área. Para realizar o trabalho, MSF possui uma equipe com médicos, enfermeiros e um microscopista, apoiados por uma antropóloga e um especialista em logística. Além disso, uma equipe de MSF também trabalha desde fevereiro na assistência médica aos indígenas que estão na Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami (CASAI-Y), localizada em Boa Vista.

Saiba mais: Seis perguntas e respostas sobre as ações de MSF na Terra Indígena Yanomami

Assista: Médica de MSF explica como ocorrem as atividades no território Yanomami

Pandemia da COVID-19

Equipe da clínica móvel de MSF em atendimento no Mato Grosso do Sul. Foto: Diego Baravelli/MSF

Durante a pandemia da COVID-19, MSF trabalhou com a população indígena em Boa Vista, capital de Roraima, Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, Manaus, Tefé e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Nesse período de crise sanitária decorrente do coronavírus, a organização atuou em 12 estados, na maior operação já realizada por MSF no Brasil em toda a sua história.

Assista: Cuidados à população indígena em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, na segunda onda da COVID-19

Veja também: COVID-19 e a Saúde Indígena – A história de Jacir de Souza

Serviços de saúde para indígenas venezuelanos em Roraima

Foto: Diego Baravelli/MSF

MSF está presente em Roraima desde 2018, para apoiar o sistema de saúde local, historicamente frágil e ainda mais sobrecarregado pelo grande fluxo migratório. MSF também atua no estado para promover cuidados médicos aos indígenas migrantes da etnia (Warao), da Venezuela, que enfrentam dificuldades para acessar o Sistema Único de Saúde, e fornece atendimento às populações nos municípios de Boa Vista e Pacaraima, cidade que faz fronteira com a Venezuela

Surto de malária em Roraima nos anos 90

Os projetos em comunidades indígenas se estenderam por uma larga escala de tempo e território. Em 1993, MSF foi para Roraima para combater a malária, que atingia principalmente as etnias Yanomami e Macuxi. A população ali era esparsa e tinha acesso precário a cuidados de saúde. Diante disso, MSF levou atendimento médico às comunidades e, assim como no projeto de cólera, optou pelo treinamento de profissionais locais, agregando a formação de microscopistas.

O início: epidemia de cólera na Amazônia

Em 1991, quando uma epidemia de cólera chegou ao Brasil pela região amazônica e atingiu diversas comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas — cuja distância dos centros urbanos e a falta de infraestrutura tornaram-nas ainda mais vulneráveis —, MSF iniciou suas primeiras atividades no país. O projeto incluía o treinamento de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde locais, para que aprendessem a manejar casos da doença, a identificá-la e a prestar os primeiros socorros.

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