A água e o impacto na saúde humana

No Dia Mundial da Água, MSF alerta sobre os riscos à saúde relacionados à falta de água e às condições agravadas pela crise climática

Foto: Marie-Laure Désirée DAGAULT

A água é fonte de saúde e dignidade. Todo e qualquer aspecto da vida é conectado por ela. No entanto, há pelo menos 2 bilhões de pessoas sem acesso à água tratada no mundo e/ou que vivem em países com escassez de água, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)*.

Ainda de acordo com a OMS, em países de renda baixa e média, morrem por ano cerca de 830 mil pessoas em decorrência de doenças diarreicas contraídas pela falta de água potável, saneamento precário e correta higiene das mãos.

As mais atingidas são crianças com menos de cinco anos de idade. A cada ano, as mortes de 297 mil delas poderiam ser evitadas com sistemas de água e saneamento adequados.

 

Emergência climática

A relação entre seca e doenças diarreicas – como foi o caso da eclosão de uma epidemia de cólera na RDC –, assim como a relação entre seca e desnutrição, não é nova. Porém, o agravamento das estações sem chuvas com o aquecimento global pode intensificar também os efeitos na saúde das pessoas afetadas.

“Existe uma inter-relação entre baixa qualidade e escassez de água e conflitos e deslocamento de pessoas. Também observamos eventos climáticos extremos, como nas Filipinas, onde, após inundações, há maior risco de as pessoas contraírem doenças transmitidas pela água, como diarreia, infecções bacterianas e cólera, assim como dengue. Vemos epidemias concomitantes de cólera e dengue em lugares como Bangladesh e Iêmen, que não víamos com tanta frequência no passado”, explica Carol Devine, conselheira para assuntos humanitários e líder de inteligência climática de MSF.

Tudo isso aumenta a necessidade de respostas de emergências e de infraestrutura de água e saneamento para atender às pessoas afetadas por essas crises. Um futuro desafiador, que envolve um recurso vital, do qual dependem a saúde e a dignidade de todos os seres humanos.

 

Doenças transmitidas pela água

Quando eventos climáticos extremos, como ciclones e inundações, ocorrem, eles podem provocar ferimentos, morte e doenças potencialmente letais, como a cólera, que, junto com a hepatite E e a gastroenterite viral, entre outras, pode espalhar-se pela água e pelos alimentos.

Insegurança alimentar e desnutrição

Quando há pouca água, não é possível cultivar e produzir alimentos. As secas aumentam a insegurança alimentar e a desnutrição. Por outro lado, o excesso de água pode gerar pragas e doenças que prejudicam as colheitas. O aumento do nível do mar, ao trazer água salgada para as áreas costeiras, torna a agricultura impossível, o que também afeta os sistemas de produção de alimentos.

 

Atuação de MSF

MSF é uma organização que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por crises humanitárias. Embora o trabalho com a criação de infraestrutura de água e saneamento não esteja no cerne da ação da organização, ele muitas vezes se torna um componente fundamental para conter ou evitar a propagação de doenças.

Em outros casos, o trabalho é essencial para garantir acesso à água e a latrinas em um ambiente seguro, sem que pessoas numa situação de conflito precisem arriscar sua segurança para alcançar recursos vitais para a vida de qualquer ser humano.

Os profissionais de água e saneamento (WATSAN, em inglês) atuam de diferentes formas para garantir a salubridade da água e do ambiente em que vivem as pessoas atendidas por MSF. Eles são os principais responsáveis por ajudar no abastecimento de água e contam com o apoio de profissionais de promoção de saúde, que trabalham com a parte de conscientização das comunidades sobre boas práticas de higiene.

Foto: Anna Surinyach/MSF

 

*OMS

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