RDC: a crise de deslocados na província de Ituri

Na cidade de Bunia, foram estruturados dois acampamentos para abrigar milhares de deslocados internos. Em ambos, MSF construiu banheiros e chuveiros e as equipes também estão ajudando a garantir que os campos tenham um abastecimento adequado de água.
As pessoas fugiram sem levar nada. Elas precisam de água potável, comida e abrigo, bem como cuidados de saúde.
Em Bunia, profissionais de MSF, incluindo enfermeiros e obstetrizes, estão apoiando três centros de saúde. Cerca de 30% dos pacientes que MSF atende estão com malária, enquanto outros sofrem com infecções respiratórias e diarreia. Desde que MSF chegou à cidade, em fevereiro deste ano, as equipes realizaram mais de 5 mil consultas ambulatoriais e ajudaram a tratar 77 pessoas feridas pela violência.
As gestantes também estão entre os que fugiram de suas casas em busca de segurança. MSF está oferecendo cuidados de pré-natal e ajudando a realizar partos nos centros de saúde apoiados em Bunia.
Esta menina de 11 anos está se recuperando no hospital em Bunia. Ela perdeu sua mãe, seus três irmãos e sua mão esquerda em um ataque a seu vilarejo.
MSF também está trabalhando nas áreas de Tchomia, Kasenyi, Angumu e Mahagi Port, onde o foco é a prevenção e o tratamento de cólera. As equipes estão garantindo o acesso a água limpa e se preparando para um possível surto da doença. Aqui, uma enfermeira de MSF atende pacientes de cólera em um centro apoiado por MSF em Tchomia, às margens do Lago Albert.
Como algumas pessoas ficaram sem nada, MSF tem distribuído itens de primeira necessidade, como cobertas e sabão, para os deslocados em diferentes áreas. Recentemente, foram distribuídos 1.600 kits para a população de um assentamento informal em Kasenyi, às margens do lago. 
Mais de 50 mil pessoas fugiram de barco, cruzando o lago Albert até a Uganda, desde meados de dezembro. As instalações de recepção em Uganda estão sobrecarregadas pelo número de recém-chegados e as autoridades de saúde confirmaram a ocorrência de um surto de cólera na região, que deixou pelo menos 36 pessoas mortas e quase 1.800 casos graves hospitalizados. MSF está respondendo ao surto e também oferece assistência básica e vacinação aos deslocados. Com acesso inadequado a alimentos e abrigo, a situação continua alarmante.
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Mais de 100 mil pessoas fugiram de suas casas na província de Ituri, na República Democrática do Congo, devido à nova onda de violência que eclodiu na região de Djugu. O conflito atual começou em dezembro de 2017 e, após um período de calmaria em janeiro, voltou a se intensificar em fevereiro deste ano. As pessoas afetadas se deslocaram para o norte, em direção a Mahagi, ou para o sul, em direção a Bunia, enquanto outros fugiram para o lago Albert, em busca de segurança em Uganda.

As equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão trabalhando nas cidades de Bunia e Mahagi e em seu entorno, oferecendo cuidados de saúde, realizando abastecimento de água e saneamento e distribuindo itens de primeira necessidade, como cobertas e sabão. Pessoas deslocadas estão vivendo em locais informais, com famílias que as acolhem, ou abrigando-se em igrejas e escolas. Algumas estão nessa condição há mais de um mês e há um risco real de que sua saúde possa se deteriorar em breve  e, consequentemente, surgirem casos de desnutrição grave ou epidemia de sarampo ou cólera.

© John Wessels / MSF
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