Bombardeios aéreos em Saada

Mahmoud, 22 anos, levou seu filho para uma consulta médica no hospital Haydan. Ele tem 4 irmãs e é responsável por toda a família desde que seu pai faleceu, quando ele tinha 16 anos. Naquela época, ele parou de ir à escola para trabalhar e sustentar sua família. Todos moram em Waadi Ben Jalaat, a 2 horas de caminhada de Haydan. Ele disse que seu vilarejo foi bombardeado três vezes. Ele tem medo de que seu filho tenha a mesma vida que ele.
Khalid nasceu em Haydan e trabalhou no hospital como faxineiro por vários anos. Ele estava trabalhando dentro da instalação quando ela foi destruída por um ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes, em 26 de outubro de 2015. Sua esposa desmaiou quando ouviu os ataques aéreos. A escola de Haydan também foi destruída por um ataque aéreo. Dois de seus filhos se recusaram a voltar para a escola depois disso, porque estavam com medo. Hoje, seus filhos voltaram a estudar, algo importante, apesar da guerra e de suas terríveis condições de vida. Antes da guerra, ele costumava ter seu próprio negócio. Duas de suas casas também foram bombardeadas.
Sherif, de 33 anos, trabalha como vigia de MSF. Ele é de Sahar Al Sham, perto da fronteira saudita. Ele tem um filho de 6 anos. Sua família foi deslocada pela guerra, pois a região se tornou uma frente de batalha ativa. Ele costumava trabalhar como professor de inglês. A família mudou-se para Saada, onde trabalhou como mototáxi para ter dinheiro. Depois de um tempo, eles voltaram para Haydan, onde Sherif costumava trabalhar como professor voluntário. Com a guerra, a vida ficou difícil e os preços subiram vertiginosamente nos últimos anos. Ele está reclamando sobre o sistema escolar disfuncional: ele prefere ensinar seu filho em casa em vez de mandá-lo para a escola. Em Haydan, estudantes e professores têm medo de ir à escola desde que ela foi bombardeada pela coalizão saudita e pelos Emirados Árabes em 2015.
Abdallah tem 53 anos. Ele estava em Saada quando um parque e várias lojas foram bombardeados perto da antiga cidade de Saada em 2015. Seu irmão tinha uma loja que foi destruída naquele dia.
Ayman é um barbeiro, que veio de Ibb, ao sul de Saada. Em 2015, sua casa na cidade de Saada foi bombardeada por um ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes. 28 membros de sua família morreram naquele dia, apenas três sobreviveram, incluindo ele. Ele se lembrava dos gritos vindos dos escombros, enquanto não podia fazer nada para ajudá-los. Naquela época, ele estava estudando TI. Seu irmão, dono de uma barbearia, morreu no bombardeio. Depois disso, Ayman parou de estudar e começou a gerenciar a barbearia de sua família. Esta é a primeira vez que ele vai voltar para casa desde 2015.
Faez trabalha como vigia de MSF na cidade de Saada. Sua mãe morreu durante o bombardeio contra sua casa. Ele está construindo uma nova casa nas ruínas da antiga.
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Saada é a província do Iêmen que mais foi bombardeada pela coalisão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes. Neste álbum de fotos, reunimos histórias de pessoas afetadas pelo conflito. (Fotos: Agnes Varraine-Leca/MSF)
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