O terremoto que atingiu o sul da Turquia e o noroeste da Síria, no dia 6 de fevereiro, causou uma catástrofe, com necessidades humanitárias urgentes e danos incalculáveis à infraestrutura em ambos os países.

Em poucos dias, mais de 47 mil pessoas perderam suas vidas e, provavelmente, esse número deve aumentar muito mais. O terremoto está sobrecarregando um sistema de saúde frágil no noroeste da Síria, já afetado por mais de 10 anos de guerra. 

Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão trabalhando 24 horas por dia para responder à emergência.

4 pontos que você precisa saber sobre a atuação de MSF no terremoto:

1.

O apoio médico e de socorro continuam sendo prioridades;

2.

Ampliamos nossa resposta de emergência na Síria;

3.

Estamos apoiando o trabalho no sul da Turquia;

4.

Insegurança e acesso limitado na Síria dificultam a resposta.

Entenda como estamos atuando

Depoimentos de profissionais de MSF

Eu sou Samar. Sou a educadora de saúde de MSF no noroeste da Síria.
Quando ocorreu o primeiro terremoto, eu estava em casa em A’zaz com meu marido, meu filho e minha filha. Nós moramos no segundo andar. Estávamos dormindo quando ocorreu o terremoto. Eu carreguei minha filha, e meu marido carregou meu filho. Saímos correndo de casa em nosso pijama, descalços e aterrorizados. As pessoas estavam amontoadas e correndo em multidões. Não podíamos mais sentir nada além de medo, terror, calafrios e chuva. Meus filhos estavam tremendo na minha frente. Não tínhamos ideia do que precisava ser feito.”

Meus dois filhos fugiram de Jindires após o terremoto com suas famílias. E vieram para minha casa. Minha nora estava grávida, e deu à luz no momento em que chegou à minha casa. Eu sou paciente de câncer e costumava receber tratamento em Türkiye. Minha casa tem dois quartos e agora hospeda três famílias. Não temos cobertores, aquecedores e outros itens essenciais suficientes para cobrir as necessidades das três famílias. Sinto-me desamparado, sem condições de dar qualquer apoio à minha família”. 

Um homem de 68 anos de idade contou a Fátima, assistente social de MSF

O impacto da guerra na Síria e os desafios que o país enfrenta

Não bastasse a dimensão do terremoto que atingiu a Síria, o país vive em guerra há mais de 12 anos e um recorde de 14,6 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária. O sistema de saúde local já devastado pelos conflitos está enfrentando uma situação catastrófica.


Uma série de fatores contribui para agravar a situação: Além das marcas da guerra no noroeste do país e os consequentes efeitos da situação econômica, a pandemia de COVID-19 e, mais recentemente, uma epidemia de cólera deixou a situação humanitária ainda mais delicada. Este terremoto torna a situação ainda mais difícil.

Atuação de MSF

MSF tem estado presente no noroeste e nordeste da Síria por muitos anos, tornando possível uma resposta rápida nas áreas mais afetadas.

Conheça nossa atuação nas províncias de Idlib e Aleppo:

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MSF apoiou 30 hospitais e instalações de saúde, através de doações de kits de emergência, suprimentos médicos e cobertores;

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Na província de Idlib, estamos administrando quatro clínicas móveis em centros de recepção, oferecendo consultas gerais, curativos, serviços de saúde reprodutiva e consultas de saúde mental para pessoas afetadas pelos terremotos.

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Estamos apoiando com ambulâncias para facilitar a transferência de pacientes;

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Montamos clínicas móveis em três centros de recepção que foram instalados na cidade de Idlib e arredores para oferecer serviços médicos essenciais às pessoas afetadas pelo terremoto.

Oferecendo apoio de socorro às famílias afetadas:

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Como resposta inicial, distribuímos alimentos e cobertores para mais de 500 famílias nos centros de recepção em Afrin;

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Distribuímos mais de 450 kits, incluindo artigos de higiene, kits de cozinha, kits de inverno e cobertores;

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No oeste da cidade de Idlib, distribuímos 2.500 cobertores, cobertores de plástico e 100 kits de inverno para famílias.

Oferecer ajuda imediata às pessoas afetadas pelos terremotos, particularmente aquelas sem abrigo no frio intenso que atinge a região, continuará sendo uma prioridade para nossa equipe.