Sumatra: Sobreviventes de terremoto lidam com perdas

Coordenadora de emergência de MSF fala sobre a situação nos vilarejos afetados pelo tremor de terra

Milhares de vilarejos da Ilha de Sumatra estão em choque devido ao terremoto. Abaixo, a coordenadora de emergência de Médicos Sem Fronteiras (MSF), Veronique de Clerck, fala sobre a situação.

“Vários vilarejos nos arredores de Tandikat, nas montanhas de Pariaman, foram devastados por um deslizamento de terra depois do terremoto. Tudo ruíu e a ajuda tem levado muito tempo para chegar porque a maioria das estradas foi destruída. Isso também torna a procura e as operações de reconstrução muito difíceis, especialmente no que diz respeito a trazer maquinário pesado para limpar os escombros.

Cinco dias após o registro do terremoto, as pessoas que perderam integrantes das suas famílias ainda estão esperando que os corpos sejam retirados dos escombros. Todas as manhãs, eles voltam ao que sobrou de suas casas e passam o dia no local esperando as equipes de resgate. Eles não saem de lá para comer e voluntários levam comida até eles. Parece que os moradores de todas as vilas foram afetados de alguma forma. A maioria perdeu seus lares e todos seus pertences. Mas é ainda muito pior para os que esperam recuperar os corpos de familiares, porque é muito importante para eles que seus amados possam ter um enterro apropriado o mais rápido possível.

Quando eu pergunto às pessoas quais são as suas necessidades mais urgentes, eles mencionam alimento, água, tendas, colchões e roupas. A maioria das pessoas não toma banho desde que o terremoto aconteceu, uma vez que perderam todos os seus pertences e não têm água. Eles precisam urgentemente de água para beber e para se limpar antes das orações.

A maioria dos vilarejos está em choque. Eles estão de luto. Eles não dormiram por dias. Tem pouquíssimo apetite e muitas preocupações sobre o presente e o futuro. Há várias questões sem resposta.

Uma imagem não sai da minha cabeça. Em uma área soterrada pelos deslizamentos, passamos por uma ravina. No centro, havia uma casa desmoronada de um lado e um homem sentado em uma árvore caída ao lado. Ele estava de costas para nós, mas sua postura inclinada claramente mostrava várias queimaduras. Consegui falar com ele mais tarde, e ele me disse que tinha perdido vários parentes, incluindo sua mulher e filho”.

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