Situação na República Centro-Africana piora

Ressurgimento de confrontos no noroeste do país prejudica a capacidade de manutenção de programa de saúde de MSF

Devido a novos confrontos no noroeste da República Centro-Africana, as condições de vida da população pioraram e nossa capacidade de manter a assistência de saúde em toda a região foi prejudicada.

O ressurgimento da violência à volta de Paoua, em outubro, forçou as pessoas a se esconder nas florestas novamente. Como resultado, o número de consultas em clínicas móveis na área diminuiu sutilmente. O serviço de clínicas móveis na região foi momentaneamente cancelado ou suspenso. A violência também nos forçou a adiar a data de início do trabalho de MSF em dois centros de saúde, onde planejávamos estabelecer um serviço fixo de consultas.

Na estrada entre Kabo e Kaga Bandoro, uma missão exploratória de MSF realizada no início de novembro descobriu que várias vilas haviam sido atacadas e parcialmente incendiadas. Um grande número de pessoas fugiu para as florestas para escapar da violência. MSF enviou duas clínicas móveis para o sul de Kabo para oferecer a assistência básica de saúde à população duas vezes por semana, mas infelizmente esses serviços foram cancelados devido à falta de segurança.

Mais ao leste, um recém-formado grupo rebelde realizou um ataque e tomou o controle de várias cidades, incluindo Birao e Ouanda Djellé. Nossas equipes estão tentando chegar até Birao para avaliar a situação, mas nos foi negada uma autorização para entrar na região.

Dando apoio aos refugiados que fugiram para o Chade

Desde de 2005, a violência no norte da República Centro-Africana fez com que 46 mil pessoas se refugiassem no sul do Chade, na região de Gore. Lá, MSF administra o hospital de 50 leitos e dois postos de saúde básicos na extensão de Amboko e Gondje. MSF também mantém um programa para crianças gravemente desnutridas. Um sistema de água potável e de saneamento foram implementadas nos campos de extensão de Gondje e Amboko.

MSF começou a trabalhar no noroeste da República Centro-Africana em novembro de 2005. Desde então, o aumento da violência causado por forças pró e contra o governo provocaram um maciço deslocamento da população e um grande influxo de refugiados para o sul do Chade.

As equipes de MSF ofereceram cuidados de saúde primários e secundários em Kabo, Batangafo, Paoua, Markounda e Boguila e na região em torno das cidades para as pessoas que praticamente não têm acesso aos serviços básicos de saúde. MSF tem diversas equipes móveis na área para atender as pessoas que se esconderam nas florestas para escapar da violência.

MSF também trabalha em cinco hospitais e centros de saúde onde administra vários departamentos, incluindo o de consultas móveis, cirurgias de emergência, saúde materna e infantil, internação de adultos e serviços adicionais.

No sul do Chade, MSF também administra o hospital em Gore e oferece assistência médica nos acampamentos de refugiados que fugiram da violência na República Centro-Africana.

Projetos de MSF na República Centro-Africana

MSF está trabalhando no noroeste da República Centro-Africana. Equipes móveis oferecem os serviços primários de saúde nas áreas rurais, onde os vilarejos ficaram desertos devido ao conflito. Muitas pessoas estão escondidas nas florestas, em uma situação muito vulnerável. Pessoas que têm problemas sérios de saúde são encaminhadas para unidades de saúde administradas por MSF (em Kabo, Batangafo, Markounda, Boguila e Paoua ou em Goré / Chade).

MSF começou a trabalhar perto de Markounda em novembro de 2005 e se estabeleceu em Paoua em meados de abril. Em maio, MSF começou a administrar o hospital em Boguilla e em agosto equipes de MSF chegaram a Kabo e Batangafo.

Cuidados de saúde primários

Em geral, cerca de 1.800 consultas são realizadas pelas clínicas móveis a cada semana, em vários locais. A maioria dos pacientes, muitos dos quais são crianças com menos de cinco anos, tem malária, vermes ou infecções respiratórias agudas – problemas associados à vida ao relento. Como medida preventiva, adultos e crianças são vacinados contra sarampo e outras doenças infecciosas comuns. Em Paoua, a equipe atende crianças desnutridas (com 134 internações registradas em outubro). Uma avaliação indicou a existência de um índice relativamente baixo de desnutrição aguda na área.

No hospitais e centros de saúde nas cidades de Paoua, Markounda, Boguila, Kabo e Batangafo, são realizadas cerca de 3.270 consultas por semanas. A grande maioria dos casos diz respeito a problemas atendidos pelas clínicas móveis.

Cuidados de saúde secundários e cirurgias

MSF administra todos os departamentos dos hospitais em Paoua, Kabo, Batangafo e Boguila, e também realiza cirurgias, assim como oferece atendimento para mães e crianças em Markounda.

A cada mês, mais de 600 pacientes são hospitalizados nos diferentes departamentos dessas unidades de saúde. Além disso, mais de 200 intervenções cirúrgicas são realizadas a cada mês, algumas das quais associadas aos confrontos. Durante um recente episódio violento, os hospitais de MSF em Kabo e Batangafo atenderam sete civis que haviam sido baleados. Nossas equipes também realizam pequenos procedimentos ou emergências ginecológicas.

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