Sete pontos de MSF sobre a necessidade de cuidados de saúde mental em todo o mundo

A saúde mental é uma das áreas prioritárias do nosso trabalho, e o apoio psicossocial é essencial para as pessoas que atendemos.

Foto: Igor Barbero/MSF
Foto: Igor Barbero/MSF

Nós, de Médicos Sem Fronteiras (MSF), trabalhamos para integrar a saúde mental em todos os nossos projetos médicos. Sabemos que as necessidades de saúde mental são especialmente agudas em contextos de crises humanitárias e para grupos vulneráveis, e há anos oferecemos serviços de qualidade, por meio de consultas de saúde mental individuais, sessões de apoio em grupo e intervenções farmacológicas quando necessário. Em 2021, realizamos mais de 383 mil consultas individuais de saúde mental em nossos projetos ao redor do mundo.

Não há saúde sem saúde mental. Esse é um direito fundamental, mas milhões de pessoas em todo o mundo estão sofrendo sem acesso a cuidados de qualidade que possam tratar e curar suas feridas invisíveis. Este é o nosso manifesto:

1- Ressaltamos que a saúde mental é um direito humano, sem o qual não há saúde integral.

2- Defendemos que a saúde mental seja parte integrante da ajuda humanitária, assistência médica e outras áreas como educação ou proteção.

3- Denunciamos que os cuidados de saúde são insuficientes para pessoas com transtornos psicológicos e problemas psicossociais em todo o mundo, especialmente em crises humanitárias.

4- Defendemos que os serviços de saúde mental devem ser integrados aos serviços gerais de saúde, para atingir mais pessoas e serem mais eficazes. Além disso, eles devem ter um componente comunitário.

5- Ressaltamos a necessidade de pessoas que convivem com transtornos psicológicos graves terem acesso a uma assistência de qualidade, com medicamentos, quando necessário, e apoio psicossocial.

6- Priorizamos o atendimento de crianças e adolescentes. Políticas e leis são necessárias para proteger sua saúde mental, colocando em prática programas específicos para essas faixas etárias.

7- Reforçamos que vivenciar conflitos, catástrofes, atos violentos, abusos, perda de entes queridos e isolamento podem gerar comportamentos suicidas. As taxas de suicídio também são altas para pessoas que vivem com transtornos mentais, em grupos vulnerabilizados e discriminados, como refugiados e migrantes, povos indígenas, grupos LGBTQIAP+ e populações carcerárias.

A cada ano, mais de 700 mil suicídios são registrados. Entre os jovens de 15 a 29 anos, esta é a quarta maior causa de mortalidade no mundo. Os números são altos, mas essas mortes podem ser evitadas por meio de intervenções oportunas e baseadas em evidências que costumam ser de baixo custo.

Foto: Pau Miranda/MSF
Foto: Pau Miranda/MSF

É hora de falar mais sobre as necessidades urgentes de saúde mental, do estigma, da falta de serviços básicos…  Está na hora de tornar essa questão visível e defender o acesso aos cuidados de saúde mental, a fim de garantir a todos aqueles que necessitem de um apoio necessário para aliviar o seu sofrimento e evitar que a sua vida seja colocada em risco.

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