Seis países africanos receberão a tecnologia para produzir vacinas de mRNA contra a COVID-19

Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia serão os primeiros países receptores do centro de transferência de tecnologia de vacinas.

Foto: Chris Allan/MSF
Foto: Chris Allan/MSF

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia serão os primeiros países a receber a tecnologia do centro de transferência de tecnologia de vacinas mRNA da COVID-19. O centro visa apoiar e facilitar a transferência de tecnologia da plataforma de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para fabricantes interessados em países da África, bem como outros países de baixa e média renda, a fim de aumentar a capacidade de fabricação local de vacinas.

O parceiro de pesquisa e desenvolvimento do centro, a Afrigen Biologics and Vaccines, da África do Sul, recentemente conseguiu produzir lotes em escala laboratorial de microlitros de uma vacina mRNA com base na sequência disponível publicamente da vacina amplamente financiada com fundos públicos da empresa farmacêutica norte-americana Moderna, apesar da falta de assistência da própria empresa. O prazo para a produção de uma candidata final à vacina de mRNA pelo centro e uma eventual transferência de tecnologia para os fabricantes é considerável, mas poderia ser significativamente reduzido se a Moderna prestasse assistência técnica ao centro.

“MSF saúda o anúncio da OMS de que 6 países receberão a tecnologia do centro de transferência de tecnologia de vacina mRNA da COVID-19 na África do Sul. Este anúncio é um passo importante na direção da expansão da capacidade de fabricação de vacinas da COVID-19 em países de baixa e média renda”, afirma Kate Stegeman, coordenadora de relações institucionais da Campanha de Acesso de MSF no continente africano. “É encorajador ver o centro de transferência de tecnologia se aproximando do desenvolvimento e da validação da primeira plataforma de produção de vacinas mRNA de acesso aberto do mundo”.

“As notícias recentes de que a Afrigen conseguiu fabricar um protótipo completo de uma vacina mRNA da COVID-19 com base no modelo da Moderna é um primeiro passo realmente promissor, mas são necessários muitos outros, incluindo o desenvolvimento de uma versão mais estável ao calor, a realização de ensaios clínicos e desenvolver um processo de fabricação em larga escala. Esses desenvolvimentos altamente técnicos são necessários juntamente com o centro que oferece atividades de treinamento e transferência de tecnologia para os fabricantes daqui para frente. Portanto, MSF apela à empresa farmacêutica Moderna, cuja vacina é mais próxima da projetada pela Afrigen, a prestar assistência técnica ao centro para encurtar o prazo de produção da vacina”, afirma.

“Embora o centro seja, sem dúvida, uma iniciativa importante hoje e para uma futura preparação para pandemias, a maneira mais rápida e segura de iniciar a produção de vacinas em países africanos e outras regiões com produção limitada de vacinas ainda é por meio da transferência total e transparente do conhecimento especializado de tecnologias mRNA já aprovadas para empresas com capacidade que podem ser adaptadas para produzir vacinas mRNA. Notavelmente, especialistas de MSF identificaram mais de 100 fabricantes na Ásia, África e América Latina com potencial para fabricar vacinas mRNA da COVID-19”, disse Kate. “A diversificação da capacidade de fabricação de vacinas mRNA para países de baixa e média renda deve ser uma prioridade global de saúde. Mais regiões produzindo vacinas mRNA como preparação essencial contra doenças infecciosas podem reforçar não apenas a resposta à COVID-19 e futuras doenças infecciosas, mas também potencialmente às existentes, como malária, tuberculose e HIV”.

 

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