Refúgio não é uma escolha, acolher é

Hoje, 36,8 milhões de pessoas vivem em situação de refúgio no mundo

Centro de Atendimento Integral (CAI) de MSF para vítimas de violência extrema, com sede na Cidade do México, onde atendemos migrantes, solicitantes de asilo e cidadãos mexicanos. Yesika Ocampo/MSF

Mais de 123 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas em todo o mundo – o maior número já registrado – sendo 36,8 milhões delas refugiadas, de acordo com dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

O cenário global é alarmante, mas, enquanto o mundo continua a enfrentar graves crises humanitárias que obrigam as pessoas a sair de seus países, nações estão fechando suas fronteiras e dando as costas para quem vive em situação de maior vulnerabilidade.

Esta é uma crise humanitária e exige uma resposta mais humana!

Em Médicos Sem Fronteiras (MSF), tratamos pessoas refugiadas em diferentes países. Queremos garantir que recebam o apoio que elas merecem, seja onde for.

Veja, a seguir, informações sobre a situação de refugiados no mundo e formas de se engajar.

 

Informe-se sobre o contexto atual

Refugiados são pessoas forçadas a deixar seus países por conta de guerras, perseguições ou graves violações de direitos humanos. Elas não podem retornar aos seus locais de origem e são protegidas pelo direito internacional.

Em um momento em que as necessidades globais são maiores do que nunca, os Estados Unidos reduziram o número de admissões de refugiados a um mínimo histórico e ameaçaram o sistema de asilo, pelo qual as pessoas podem solicitar refúgio.

As ordens executivas sobre migração do governo dos EUA deixam centenas de milhares de pessoas ao longo do corredor de migração da América Latina em grande incerteza, expostas a perigos ainda maiores em uma rota já marcada por extrema violência. © Yotibel Moreno

O governo dos EUA impôs uma série de políticas migratórias severas que tratam aqueles que buscam segurança como se fossem criminosos. Pessoas que fogem da violência têm sido processadas, detidas, maltratadas e deportadas pelo ato legal de buscar asilo.

Ao longo da rota migratória da América Latina, essas pessoas são frequentemente visadas por grupos criminosos para sequestro e extorsão.

Bloquear rotas seguras de refúgio só causa mais danos às pessoas cujas vidas já estão em risco.

 

Ajude a ampliar a voz das pessoas refugiadas

Nossas equipes testemunham as cicatrizes físicas e psicológicas da guerra e da violência extrema, as dificuldades sofridas ao longo da jornada migratória e outras necessidades médicas essenciais das pessoas refugiados que atendemos.

Ouvimos os relatos daqueles que, sem ter outra escolha, se deslocam em busca de sobrevivência. Mas também é nossa missão ampliar a voz dos pacientes que atendemos, fazendo com que seus relatos cheguem a mais pessoas. Nos siga no Instagram, no Facebook e no X para acompanhar e compartilhar essas histórias.

 

Busque organizações de apoio a refugiados

Explore oportunidades de voluntariado com organizações locais em sua comunidade para ajudar refugiados e solicitantes de asilo.

Aqui estão algumas das instituições* de apoio a pessoas refugiadas com atividades no Brasil:

  • Cáritas Brasileira
  • Cáritas SP
  • Cáritas Rio
  • Cáritas Paraná
  • Cáritas Brasileira – Regional Nordeste
  • Missão Paz
  • Visão Mundial
  • Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR)
  • Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
  • Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC)
  • Compassiva
  • Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)
  • Abraço Cultural
  • Refúgio 343
  • ACNUR
  • LGBT+ Movimento
  • OIM

*Nota: a inclusão nesta lista não implica o endosso de Médicos Sem Fronteiras (MSF).

 

Entenda as necessidades de apoio

Nossas equipes trabalham para fornecer assistência a pessoas deslocadas e refugiadas desde o final da década de 70. Os serviços que fornecemos incluem uma ampla gama de cuidados, tais como:

• Tratamento de doenças não transmissíveis;

• Campanhas de vacinação;

• Atividades de saúde mental;

• Cirurgia e atendimento para trauma;

• Consultas ambulatoriais;

• Serviços de saúde materna e obstétrica;

• Fornecimento de abrigo, água potável, latrinas e mais.

Também fazemos pressão para que os pacientes tenham acesso a cuidados de saúde gratuitos ou a preços acessíveis.

A promotora de saúde Aisha B. (28) acompanha Aisha G., de 80 anos, refugiada que fugiu da guerra no Sudão, até a clínica de MSF no acampamento de trânsito de Adré, no leste do Chade. ©Ante Bussmann/MSF

Mas esses não são todos os serviços necessários. É preciso também garantir outros direitos, como proteção e fontes de renda, para que essas pessoas consigam reconstruir suas vidas. Para isso, governos e líderes devem adotar políticas migratórias mais humanas e adequadas às necessidades de cada contexto.

O refúgio não é uma escolha, acolher é.

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