Projeto para solicitantes de asilo retidos em Ter Apel, Holanda, é encerrado

MSF pede ao governo holandês que garanta que as pessoas que buscam asilo na Holanda tenham acesso a cuidados médicos e condições humanas de acolhimento.

Foto: Olga Victorie

Após melhora na provisão de abrigo e saneamento e diminuição no número de pacientes e na gravidade das condições médicas dos solicitantes de asilo em Ter Apel, na Holanda, Médicos Sem Fronteiras (MSF) terminou sua atuação no local. Uma equipe esteve presente no principal centro de recepção holandês para solicitantes de asilo nesta área desde 25 de agosto, a fim de fornecer cuidados básicos de saúde a centenas de pessoas que dormiam do lado de fora enquanto aguardavam o registro.

A equipe fez cerca de 450 consultas médicas e mais de 200 consultas de saúde mental. Os pacientes vieram da Síria, do Iraque, do Irã, da Turquia, da Somália, da Eritréia e da África Ocidental. Havia muitas pessoas com infecções de pele devido a condições de vida pouco higiênicas e pela falta de cuidado a feridas causadas por longas caminhadas. Havia também muitas pessoas que estavam cronicamente doentes e que tinham ficado sem medicação por semanas ou meses. Outros precisavam de cuidados de saúde mental para sintomas como ansiedade, ataques de pânico, depressão e psicose – condições exacerbadas pela incerteza da situação em Ter Apel e pela falta de informação sobre o que iria acontecer com eles.

“Encontramos pessoas que haviam sido privadas de cuidados médicos por muito tempo e fornecemos assistência para salvar vidas em várias ocasiões”, disse o coordenador de emergência Karel Hendriks. “As pessoas que procuram asilo na Holanda devem ter acesso à assistência médica. Não devemos esquecer que é responsabilidade do governo holandês fornecer aos solicitantes de asilo os cuidados adequados e as condições humanas de acolhimento”.
Durante várias semanas, a situação em Ter Apel era cada vez mais desumana e inaceitável. Hoje, o número de pacientes e a gravidade de suas condições médicas diminuiu, e a provisão de abrigo e saneamento fora do centro de recepção melhorou significativamente. Para evitar problemas médicos desnecessários, é essencial que as pessoas que procuram asilo tenham condições de vida decentes, e que os recém-chegados sejam devidamente triados para que aqueles com condições médicas sérias não sejam negligenciados. As organizações que atualmente prestam assistência aos solicitantes de asilo devem ser adequadamente apoiadas pelo governo holandês.

“Mesmo quando as pessoas que buscam asilo não podem ser acomodadas nos locais de recepção existentes, elas ainda têm direito à assistência médica”, disse Judith Sargentini, diretora de MSF-Holanda. “Fora das instalações não significa fora da lei. As muitas pessoas vulneráveis que ainda estão sendo transferidas de um local para outro merecem um tratamento humano”.

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