Profissionais de MSF estavam em hospital atacado por Israel em Gaza

Eles tiveram que se abrigar no laboratório da unidade de saúde; fotógrafa que trabalhou para organização está entre os mais de 20 mortos no bombardeio

Alguns profissionais de Médicos Sem Fronteira (MSF) estavam no hospital Nasser no momento em que o local foi bombardeado por forças israelenses, nesta segunda-feira (25/08). Eles tiveram que se abrigar no laboratório da unidade de saúde enquanto Israel atingia reiteradamente o local, mesmo enquanto socorristas tentavam resgatar as vítimas do ataque.

Condenamos nos termos mais veementes os horrendos ataques de Israel ao complexo médico de Nasser.”
– Jerome Grimaud, coordenador de emergência de MSF em Gaza

Mais de 20 pessoas morreram em consequência da ação militar, incluindo ao menos cinco jornalistas. Uma das pessoas mortas foi a fotógrafa Mariam Abu Dagga, que colaborava frequentemente com MSF. “Estamos profundamente abalados com sua morte. Mariam deixa para trás um filho que agora terá de crescer sem a mãe”, lamentou Jerome Grimaud, coordenador de emergência de MSF em Gaza.

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“Condenamos nos termos mais veementes os horrendos ataques de Israel ao complexo médico de Nasser ocorridos hoje”, afirmou ele. “É o único hospital público parcialmente em funcionamento no sul de Gaza. As forças israelenses mataram pelo menos 20 pessoas e feriram outras 50 em ataques consecutivos, incluindo profissionais de saúde, socorristas e jornalistas.”

Temos assistido a instalações de saúde sendo arrasadas, jornalistas silenciados e profissionais de saúde soterrados sob os escombros pelas forças israelenses.”
– Jerome Grimaud, coordenador de emergência de MSF em Gaza

Profissionais relataram como os bombardeios não cessaram mesmo enquanto equipes de socorristas já atuavam para retirar vítimas do local. “No momento em que o serviço médico de emergência e os paramédicos chegavam ao local, eles foram atingidos bem diante dos meus olhos”, relatou o médico de MSF Mahmoud Kullab. “Os socorristas estavam tentando resgatar os feridos e tive que testemunhar uma imagem monstruosa e cruel”, disse ele.

MSF apela pelo respeito às instalações de saúde e por um cessar-fogo sustentado no território. “Nos últimos 22 meses, temos assistido a instalações de saúde sendo arrasadas, jornalistas silenciados e profissionais de saúde soterrados sob os escombros pelas forças israelenses. Enquanto Israel continua a desprezar o direito internacional, as únicas testemunhas de sua campanha genocida estão sendo deliberadamente atacadas. Isso precisa parar agora”, afirmou Grimaud.

 

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