O que tem na sua mochila?

Profissionais de MSF compartilham itens essenciais que levam para o campo

Os profissionais de Médicos Sem Fronteiras (MSF) podem ficar longe de casa por até 12 meses, prestando assistência médica de emergência em alguns dos ambientes mais desafiadores. Portanto, é necessário viajar com pouca bagagem e levar só o essencial. Confira os itens obrigatórios que alguns profissionais levam para o trabalho em campo.

Mohammed Dalwai
Médico de emergência

SMARTPHONE:

Durante um projeto no Afeganistão, uma enfermeira voltou correndo da nossa clínica procurando o livro de protocolo de MSF. Ela havia atendido um paciente e queria verificar novamente se tinha realizado um procedimento corretamente. Eu fiquei a assistindo folhear o livro, preocupada, e seu celular estava do lado. Este foi o meu momento gênio da lâmpada. Foi quando pensei no aplicativo que desenvolvi para MSF, em que todos os protocolos estão acessíveis, pelo celular, na ponta dos dedos, onde quer que você esteja.

MEDIDOR DE OXIGÊNIO:

Esta ferramenta me permite medir a saturação do oxigênio de um paciente. Normalmente, precisa ser conectada a uma tomada. Mas a tecnologia agora tem soluções que podem transformar meu celular em um dispositivo médico!

NOTEBOOK:

Esta é a minha conexão com o mundo exterior. Do entretenimento à compilação de todos os dados e documentos dos quais preciso, nunca iria trabalhar em campo sem ele.

 

Annie Kashung
Médica

CORDA DE PULAR E TÊNIS:
Ser flexível em MSF significa mudar de ambiente a cada seis ou nove meses. É preciso estar preparado para se ajustar e conseguir se encaixar em diferentes contextos.

Você não pode ir a uma academia quando está em campo, então, meus tênis de corrida e a corda são itens que eu carrego em quase todo lugar. São como amigos fiéis que me ajudam a ficar em forma e a aliviar o estresse.

 

Zani Prinsloo
Obstetriz

CORDÃO:
As equipes de MSF me deram o apelido de “rainha dos corações”, porque sigo meu coração mais do que minha cabeça.
Ganhei de amigos próximos a corrente de Tiffany em 2009 – ela está sempre comigo, porque o coração do cordão está sempre perto do meu e é uma maneira de permanecer conectada quando sinto falta dos amigos.

MEMÓRIAS ESPIRITUAIS:
Sou espiritual, não religiosa. A pequena cruz é de uma visita ao Vaticano. E a bugiganga com o desenho de rosas eu ganhei de uma menina chamada Samia, no Paquistão; era algo muito precioso para ela, que pertencia à sua avó. Costumávamos conversar muito sobre nossas diferenças culturais, mas descobrimos muitas coisas em comum.

RÍMEL:
Existem crenças antigas que dizem que o uso de delineador em volta dos olhos afasta os maus espíritos e protege a alma. Mesmo que não seja verdade, o rímel é um item indispensável para mim – sobretudo o tipo à prova d’água.

 

Farai Mpasi
Logístico técnico

FERRAMENTAS:
Como logístico técnico, posso ser chamado para resolver um problema mecânico a qualquer hora, em qualquer lugar. Uma vez, dirigindo em um projeto, nosso MSF Land Cruiser teve um problema mecânico e enguiçou. Graças a essas ferramentas que sempre carrego na mochila, consegui consertá-lo e logo estávamos de volta à estrada.

 

Stella Nthiga
Enfermeira

BOTAS E JEANS:
Trabalhar no campo envolve muita caminhada e, às vezes, dormir no mato. As botas me ajudam a percorrer distâncias com facilidade, enquanto os jeans (sujos, porque você os usa 3 ou 4 vezes antes de lavá-los) são o equipamento adequado para condições difíceis.

CÂMERA E SMARTPHONE:
Esses dispositivos permitem gravar minhas memórias de um projeto e manter contato com os entes queridos em casa. Mas também os uso para gravar músicas e fazer vídeos para atividades de promoção de saúde nas comunidades em que trabalhamos.

VINHO:
Para compartilhar com alguns colegas de MSF durante nosso tempo ocioso após um dia difícil.
 

Penni Cox
Psicóloga

VIOLÃO DE VIAGEM:
Eu sempre usei a música para processar e relaxar. No meu primeiro projeto, percebi que faltava música, então, comprei meu violão de viagem e comecei a aprender sozinha a tocar. Esse violãozinho, que eu só toco em projetos, me proporcionou inúmeras horas de diversão e atraiu colegas para algumas sessões de cantoria.

 

Marcel Lomande
Médico

ESTETOSCÓPIO E MEDIDOR DE PRESSÃO:
Como médico, gosto de usar ferramentas com as quais me sinto confortável. Esses instrumentos e eu temos uma longa história juntos. Eles estão comigo em todos os projetos.

SMARTPHONE:
É a minha pequena biblioteca de viagem. Faço download de livros, guias médicos e protocolos de MSF que geralmente me ajudam durante as consultas em campo.

PERTENCES:
É sempre importante levar algumas coisas comigo: meus documentos de identidade, contatos telefônicos de emergência e mapas do local em que estou.

TERÇO:
Para os meus curtos momentos de meditação.

 

Garret Barnwell
Psicólogo clínico

INSULINA:
Eu tenho diabetes tipo 1. A insulina é essencial para minha saúde e tenho o privilégio de ter acesso aos cuidados. É algo do qual eu estou consciente. Mas ter acesso ao tratamento também é o que me fez escolher trabalhar com saúde e humanitarismo.

CANETA:
Anoto todas as minhas experiências com MSF. Na Somalilândia, tratamos Fielsa, uma criança maravilhosa que sofria de uma doença relacionada ao diabetes. Como também tenho diabetes, passei muito tempo na enfermaria conversando com a família dela sobre sua condição. Escrevi sobre Fielsa quando voltei. Cinco anos depois, ela ainda está na minha memória.

FONES DE OUVIDO:
A música é uma expressão de mim mesmo e uma troca de experiências que levo comigo. Enquanto estava em Hargeisa, na Somalilândia, um colega compartilhou sua playlist de reggae comigo. Sempre que a escuto, ela traz lembranças vívidas do meu tempo lá.

Fotografia de: Cornel Van Heerden

 

 

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