O que realmente mudou na COP30?

 
7 coisas que você precisa saber sobre os principais resultados da COP30 

1.Plano de Ação em Saúde de Belém: lançado! 

É um plano criado para preparar os sistemas de saúde para os impactos da crise climática. 

O plano reconhece que os riscos climáticos atingem de forma desigual as populações e que o setor de saúde precisa se adaptar. 

2. Indicadores do Objetivo Global de Adaptação 

Os indicadores de adaptação são métricas desenvolvidas na Convenção da ONU sobre Mudança do Clima para monitorar, avaliar e comparar o progresso dos países em reduzir vulnerabilidades e avançar em ações de adaptação do clima. 

A COP30 aprovou 59 indicadores, incluindo métricas específicas para áreas essenciais como a saúde.

3.Fundo de adaptação climática 

Na COP, foi estabelecido o compromisso de triplicar, até 2035, os recursos destinados à adaptação climática. Mas o avanço é limitado: existe uma preocupação sobre a capacidade real de alcançar o valor.  

4.Saúde na Agenda de Ação 

A Agenda de Ação é o espaço da COP dedicado a compromissos e soluções práticas de atores não estatais. 

Na COP30, a Agenda de Ação trouxe 117 planos para acelerar soluções para o clima até 2028 e, pela primeira vez, a saúde foi oficialmente integrada nesse conjunto de ações. 

Os pontos na área da saúde incluem: ampliar infraestrutura hospitalar, integrar dados climáticos e sanitários, reduzir riscos de ondas de calor e avançar na prevenção de doenças transmissíveis.  

5.“Mapas do caminho” para redução do uso de combustíveis fósseis e para desmatamento zero 

Ainda que os documentos finais não tenham incluído a redução do uso de combustíveis fósseis e desmatamento zero, a presidência brasileira da COP apresentou uma proposta para a elaboração de “mapas do caminho”, o que mantém vivo o debate sobre o tema. 

6.Participação social e mobilização indígena 

A COP30 teve forte mobilização social, com a Marcha Global pelo Clima reunindo cerca de 70 mil pessoas. Três mil indígenas participaram dos eventos na COP e 900 indígenas fizeram parte das negociações oficiais.   

Isso criou um espaço mais plural e sensível às vozes de territórios afetados. 

7.Inclusão inédita de populações afrodescendentes nos textos da UNFCCC 

Pela primeira vez, populações afrodescendentes aparecem de forma explícita em decisões oficiais da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC). 

É um marco histórico que reconhece que essas comunidades, assim como outros grupos em maior situação de vulnerabilidade, enfrentam impactos climáticos desproporcionais e precisam ocupar um papel central na formulação, no monitoramento e na implementação de políticas climáticas.