Noroeste da Síria: dezenas de pessoas são atendidas após ataque aéreo em Idlib

Pelo menos 75 pessoas morreram na manhã desta segunda-feira; região não apresenta conflito ativo

Noroeste da Síria: dezenas de pessoas são atendidas após ataque aéreo em Idlib

Na manhã desta segunda-feira, 26 de outubro, um ataque aéreo atingiu uma área ao norte da governadoria de Idlib, na Síria. A mídia local relatou mais de 75 mortes e outros 135 feridos até agora. A grande maioria dos feridos foi imediatamente transferida para dois hospitais, um dos quais é coadministrado por MSF. Recebemos 11 vítimas e uma delas chegou morta.

“Quando o ataque aéreo aconteceu, a equipe de nosso hospital coadministrado nas proximidades ativou o plano de vítimas em massa”, afirma Cristian Reynders, coordenador do projeto de MSF para o noroeste da Síria. “Logo depois, começamos a receber pacientes gravemente feridos que precisavam de cirurgia. Dois pacientes tinham membros gravemente feridos que tiveram que ser amputados e os outros precisaram de tratamento.”

O ataque aéreo ocorreu em uma área densamente povoada perto da fronteira entre a Síria e a Turquia, que normalmente não apresenta conflito ativo. Muitos sírios deslocados internamente fugiram para lá durante a última ofensiva militar no noroeste da Síria, pensando que a violência não atingiria essa área.

Horas após o incidente, os hospitais em Idlib ainda recebiam vítimas. Além da resposta em seu hospital coadministrado, MSF doou um kit cirúrgico com capacidade para 50 cirurgias a outra unidade de saúde que atendeu 90 feridos.

“Os hospitais nessa área específica da governadoria de Idlib não estão acostumados a receber feridos por ataques aéreos”, acrescenta Reynders. “Eles estão em uma zona considerada relativamente segura pelas pessoas que vivem lá. O fato de ataques aéreos estarem acontecendo lá é profundamente preocupante.”

Três vezes nas últimas duas semanas, instalações coadministradas por MSF em Idlib receberam baixas após ataques aéreos. Em duas dessas ocasiões, as instalações ativaram seus planos de vítimas em massa para tratar os pacientes feridos que chegavam.

“Os ataques aéreos no noroeste da Síria ainda ocorriam perto da linha de frente desde que o último cessar-fogo foi assinado em março de 2020”, explica Reynders. “Mas o fato de que eles aumentaram de frequência nas últimas semanas e agora estão alcançando o que são consideradas áreas seguras da província de Idlib é preocupante.”

Essa recente escalada de violência, em uma região da Síria que acolhe mais de 1 milhão de pessoas deslocadas internamente, sobrecarrega ainda mais um sistema de saúde já afetado pela pandemia de COVID-19. “Há um verdadeiro sentido de emergência aqui, quer você olhe para o cenário humanitário, a emergência de saúde pública relacionada à COVID-19 ou a situação geral de conflito”, conclui o coordenador do projeto. “A adição de todos esses elementos complica ainda mais o que já era uma situação desafiadora em Idlib.”

 

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