Mulheres treinadas por MSF serão agentes multiplicadoras de informação no Complexo da Maré

As mulheres irão ajudar os moradores a buscarem os seus direitos como cidadãos por meio de palestras, visitas domiciliares e outras ações sociais. Entre os objetivos do grupo está a redução dos casos de violência intrafamiliar.

Elas são de diferentes idades, têm histórias de vida distintas, mas todas têm um sonho comum: ajudar as comunidades de Marcílio Dias, Kelson e Mandakaru, do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, a encontrarem soluções para os problemas de saúde, social e psicológico. “As pessoas precisam de esclarecimento, conhecer seus direitos. Eu acho que vamos ajudar muito. Estou muito feliz em participar deste grupo,” conta Maria das Graças da Silva, uma das cinco mulheres que fazem parte do grupo formado por MSF em Marcílio Dias.

Maria das Graças, Rosa Elena, Cristovina, Alessandra e Claudete foram as cinco mulheres selecionadas por MSF para fazer parte do grupo de agentes multiplicadoras de informação na comunidade. Elas se auto denominam “Amigas Sem Fronteiras”, numa referência à organização Médicos Sem Fronteiras da qual farão parte ao final do treinamento. “Sonhava em trabalhar com a comunidade mas tinha medo de falar, de expor as minhas idéias,” conta Cristovina Gonçalves dos Santos. “Aqui eu achei o lugar ideal pra mim. Um incentivo para eu poder realizar o meu sonho.”

As cinco mulheres são usuárias do Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) de Marcílio Dias, criado e administrado por Médicos Sem Fronteiras no Complexo da Maré, no Rio, e foram selecionadas após a primeira etapa da capacitação “Conscientização e Cidadania da Mulher”. Cada uma delas irá receber uma ajuda de custo correspondente aos serviços comunitários prestados.

“Precisamos de muita informação por aqui,” diz Alessandra Aguiar Taulgne, de apenas 23 anos. “Uma coisa que me chama muita atenção na comunidade é em relação aos jovens. Eu vejo muita coisa que eu gostaria que mudasse, mas não sei como fazer. MSF está dando esse apoio para que a gente possa se comunicar com as mulheres e com os jovens.”

“Quando terminarmos este curso saberemos sobre os direitos que temos, mas também como fazer a abordagem adequada para atingirmos nosso objetivo,” conta Claudete Araújo Pereira, há 20 anos moradora de Marcílio Dias. “As mulheres não sabem nem onde podem buscar ajuda, caso sofram algum tipo de violência doméstica.”

A capacitação das cinco mulheres está sendo feita pela psicóloga Glória Santos Rodrigues, que trabalha no CAIS de Marcílio Dias. “Queremos que elas se tornem uma referência dentro da comunidade para mobilização social, ajudando as pessoas a encontrarem alternativas de pensamento,” explica Glória. “Com isso esperamos ver uma transformação grande na comunidade, reduzindo o problema da violência intrafamiliar. Esperamos mudar o comportamento familiar a partir da mulher, trazendo uma melhor qualidade de vida a toda a comunidade.”

O grupo “Amigas Sem Fronteiras” irá fazer palestras em escolas, igrejas, centros espíritas, associação de moradores e outros locais freqüentados pela comunidade, além de realizar visitas domiciliares e eventos sociais. As cinco mulheres estão recebendo treinamento para levar mensagens de saúde, educação, cultura, além de estimular soluções alternativas para os problemas da comunidade.

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