MSF presta assistência a feridos no Hospital Castor em Bangui, na Rep. Centro-Africana

A cidade não está tranquila depois da renúncia do presidente Michel Djotodia

No último sábado, 15 pessoas feridas foram tratadas com urgência por uma equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Hospital Castor, em Bangui, após três granadas terem sido detonadas próximo a um centro de saúde. Acidentalmente, uma das granadas explodiu no pátio do hospital, causando um leve ferimento a um dos membros da equipe de MSF. A paz ainda não foi restaurada na cidade de Bangui e, no sábado, explosões e contínuos confrontos causaram o pânico em diferentes bairros. Estima-se que metade da população da cidade tenha se deslocado devido ao conflito.

Ornella Bendolo, de 23 anos, foi uma das pessoas feridas internadas após a explosão das granadas nas redondezas do centro de saúde, que também está próximo de um complexo religioso onde, recentemente, foi estabelecido um acampamento para deslocados. “Toda a minha família foi ferida. Um carro passou por nós e lançou uma granada dentro de casa. Minha irmã, minha mãe e um bebê de oito meses sofreram os impactos da granada”, explica Ornella. Um garoto de 16 anos morreu devido aos ferimentos antes que pudesse ser transferido para o Hospital Comunitário. O membro de MSF ferido não precisou de hospitalização.

Durante os confrontos, 50 residentes locais buscaram refúgio no hospital. Após as explosões, que podem ter sido uma tentativa de atacar o campo de deslocados, embora essa hipótese tenha ainda de ser averiguada, uma equipe de reforço de MSF foi enviada ao hospital, mas não conseguiu acessá-lo durante os confrontos na região. Algumas horas depois, a situação estava minimamente mais calma.

Em Bangui, a situação ainda é tensa, com mais de 300 mil pessoas deslocadas na cidade – metade de sua população. Joachim Sadoum, de 64 anos, é um dos poucos habitantes do bairro de Castor que decidiu não fugir, para proteger sua casa. “Cerca de 3.500 pessoas viviam aqui, mas, agora, após os ataques de 5 de dezembro, o bairro está vazio”, conta ele. Joachim teve uma mão e uma perna  feridas enquanto fugia dos confrontos no sábado. “Nasci neste bairro e nunca vivenciei nada assim. Nunca tínhamos tido problemas”, explica.

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