MSF pede que governo de Mianmar permita ampliação de ajuda emergencial

Cerca de 30 profissionais internacionais estão em Yangon, sem ter autorização para irem para as áreas afetadas pelo ciclone Nargis

Catorze dias após a passagem do cyclone Nargis em Mianmar, as necessidades continuam enormes no delta do Irawaddy. Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão oferecendo assistência médica e suprimentos emergenciais diretamente para dezenas de milhares de pessoas. No entanto, MSF pede que haja uma ampliação imediata desses esforços, que até agora têm sido efetuados de maneira muito devagar e ainda estão aquém do necessário.

Centenas de milhares de pessoas perderam suas casas e muitas estão aglomeradas em acampamentos improvisados. Eles precisam urgentemente de água potável, comida e outras necessidades básicas. Em outros locais, os sobreviventes estão vivendo entre o que restou de suas casas, cercados por água e cadáveres.

MSF já tinha projetos médicos em Mianmar antes da passagem do ciclone Nargis. Isso permitiu que a organização respondesse imediatamete à catástrofe do delta, levando ajuda diretamente para as populações. As equipes agora trabalham em 20 locais diferentes e estão conseguindo alcançar áreas antes inacessíveis. Eles tratam centenas de pacientes por dia.

Além dos feridos, os principais problemas de saúde são infecções respiratórias, febre e diarréia. Até agora, 140 toneladas de material emergencial foram enviadas para o país. Mais de 275 toneladas de comida foram distribuídas desde o início das operações.

"Apesar de MSF poder oferecer um certo nível de assistência direta, os esforços emergenciais como um todo são claramente inadequados", afirma Bruno Jochum, diretor de operações para MSF em Genebra. "Milhares de pessoas afetadas pelo ciclone estão em estado crítico e precisam urgentemente de assistência. Essa ajuda nem sempre é feita porque o governo impõe restrições a profissionais internacionais trabalhando na região do delta. Por exemplo: apesar do fato de alguns especialistas em água e saneamento de MSF terem conseguido vistos para entrar em Mianmar, eles não conseguiram autorização para viajar para as áreas mais afetadas pelo ciclone, onde seus conhecimentos são urgentemente necessários. Uma operação de emergência eficaz dessa magnitude requer coordenadores e profissionais técnicos experientes para oferecer uma resposta em larga escala".

MSF pede ao governo de Mianmar que permita o aumento imediato das atividades emergenciais com acesso livre e irrestrito das áreas afetadas para a equipe internacional.

MSF trabalha em Mianmar desde 1992. No momento, 250 profissionais de MSF trabalham na região do delta do Irawaddy, nas áreas de Pyanpon, Bogaley, Haingyi, Pyinsalu, Tongwa, Labutta, Thingangon e Chaungzu. Cerca de 30 profissionais internacionais estão confinados em Yangon.

Até agora, MSF enviou quatro aviões de carga com itens de emergência, incluindo equipamento de água e saneamento, suprimentos médicos, alimentos terapêuticos ricos em nutrientes e outros materiais. Um quinto avião deve chegar hoje em Yangon.

MSF conseguiu receber esses itens em seus depósitos em Yangon. Em seguida, encaminhou-os para as bases logísticas em Pathein e Bogaley no delta. MSF fretou barcos para transportar esses suprimentos para as áreas do desastre.

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