MSF intensifica suporte às vítimas das enchentes em Moçambique

A organização atua no atendimento a pacientes e no fornecimento de suprimentos médicos, a fim de contribuir para a reestruturação das instalações médicas existentes

As recentes inundações na província de Gaza, em Moçambique, devastaram a cidade de Chokwe. Os principais hospitais e instalações de saúde locais fecharam suas portas, deixando a população sem acesso a cuidados médicos urgentes. Em resposta, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está aumentando o número de profissionais e a quantidade de suprimentos médicos para reestruturar as instalações de saúde, colocado-as novamente em funcionamento.

As alas do hospital de referência de Chokwe, com 120 leitos, a 225 quilômetros da capital Maputo, foram inundadas com lama e água das enchentes. Equipes de MSF estão trabalhando para reabrir uma das seções do hospital, e espera-se que de 10 a 15 leitos estejam preparados para receber pacientes nas próximas horas.

“Mais e mais pessoas estão voltando para uma cidade devastada, onde os serviços públicos ainda não foram restabelecidos”, afirma o diretor de MSF no país, Reveka Papadopoulou. “Nossas equipes têm observado um aumento no número de pacientes gravemente doentes que precisam de cuidados hospitalares.”

Desde sua chegada em Chokwe, em 30 de janeiro, a equipe de MSF realizou mais de 10 mil consultas médicas. “Estamos atendendo uma média de 700 pessoas por dia, às vezes mais”, conta a enfermeira Amelia Macuacua. “Estamos encaminhando de 15 a 20 pacientes gravemente doentes para outros hospitais do distrito, que estão funcionando, mas já se encontram lotados.”

“Demorou até que as partes envolvidas reconhecessem as necessidades urgentes de saúde e saneamento”, afirma Papadopoulou, “mas estamos confiantes de que o hospital rural de Chokwe estará aberto e recebendo pacientes em breve. Daremos suporte, inclusive, com o fornecimento de suprimentos médicos essenciais e com a oferta de cuidados de saúde gerais. Trabalharemos, também, para garantir que a infraestrutura básica, como saneamento e eletricidade, esteja funcionando.”

Mais de 3.300 consultas médicas realizadas por MSF foram voltadas para pessoas com HIV positivo que precisavam de medicamentos antirretrovirais ou aconselhamento, sendo que 900 delas tinham malária.

Equipes de MSF estão monitorando de perto possíveis surtos da doença no distrito. “Estamos observando um aumento no número de casos de malária neste momento”, afirma a coordenadora de projeto de emergência, Dra. Maria-Celeste Edwards. “Há uma tendência crescente em comparação com o ano passado, mas ainda não estamos certos quanto à gravidade dessa ascensão. Os números elevados podem estar relacionados, em parte, ao monitoramento intenso.”

MSF está reforçando sua capacidade de resposta; mais profissionais estão a caminho de Chokwe e mais suprimentos médicos devem chegar a Gaza nesta semana.
 
MSF atua em Moçambique desde 1984. A organização médica leva tratamento antirretroviral a 33 mil pessoas com HIV no país.

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