MSF inicia dois projetos na República Democrática do Congo

Enquanto fecha o projeto em Ankoro, onde a tranqüilidade vem sendo restaurada, MSF inicia dois projetos de emergência em Kamina Lenge e Mukubu, locais em que a epidemia de sarampo e a subnutrição afetam um número cada vez maior de crianças.

A tranqüilidade já foi restaurada e as pessoas estão retornando para Ankoro. No entanto, a população permanece preocupada, porque esses não foram os primeiros atos de violência e as tropas que os cometeram permanecem no local.

A população de Ankoro – que fugiu da violência e dos saques em novembro passado – está retornando aos poucos para a cidade, embora algumas incertezas em relação à segurança permaneçam. Depois de dois meses e meio de operação em Ankoro, Médicos Sem Fronteiras está fechando sua missão na cidade e abrindo duas novas missões de emergência. Uma em Kamina Lange e outra em Mukubu.

No dia 21 de novembro, quando a primeira equipe de MSF chegou em Ankoro, cerca de 1.500 casas estavam queimadas. A maioria da população havia se escondido nas matas para escapar da violência e dos saques promovidos pelas Forças Armadas do Congo. Inúmeros civis haviam sido mortos e muitos outros feridos. O hospital e as farmácias tinham sido roubados.

A calma agora já foi restaurada e as pessoas estão retornando para Ankoro. Mas a população permanece preocupada, porque esses atos de violência não foram os primeiros e as tropas que os cometeram permanecem na região.

Em Ankoro, um médico e um enfermeiro de MSF trabalharam com funcionários locais cuidando dos doentes e feridos no principal hospital, enquanto equipes móveis cuidavam da população que havia fugido para cidades vizinhas.

Desde dezembro, vários casos de sarampo foram diagnosticados entre os deslocados. De 17 de dezembro a 18 de janeiro, MSF e as autoridades de saúde em Ankoro vacinaram 22.100 crianças entre seis meses e 15 anos de idade, contra o sarampo, e todas também receberam doses de vitamina A. A vacinação de rotina continua sendo oferecida no principal hospital.

MSF construiu ainda 50 abrigos comunitários para acolher famílias que tiveram suas casas destruídas e que não teriam condições de reconstruí-las até o fim do período de seca.

Hoje, a epidemia de sarampo chegou à região de Kamina Lenge, sul de Ankoro, onde um número cada vez maior de crianças infectadas vem sendo diagnosticado. A equipe de MSF vem tomando conta dessas crianças e preparando uma nova campanha de vacinação para quase 50 mil crianças.

Ao mesmo tempo, em Mukubu, a leste de Malemba N´Kulu, uma outra equipe de MSF já iniciou uma operação de emergência. Esta região também está bastante afetada pela epidemia de sarampo e pela subnutrição. 30 crianças já deram entrada no centro de nutrição e outras 30 estão hospitalizadas. Clínicas móveis e os centros de saúde em Kyolo e Kibindi estão cuidando dos doentes e enviando os casos mais graves para Mukubu.

A população, próxima à linha de frente, vem sendo regularmente vítima de ataques de violência. A última luta aconteceu em janeiro entre dois grupos rivais de Mai-Mai. A população não tinha recebido qualquer tipo de ajuda por pelo menos três anos.

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