MSF está alarmada com a crescente onda de violência em Darfur, Sudão

Nas últimas 3 semanas MSF tratou 52 vítimas da violência. Nos primeiros cinco meses de 2005, foram mais de 500 pessoas com ferimentos relacionados à violência e 278 mulheres vítimas de estupro. Darfur é hoje uma das maiores operações de MSF no mundo

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) continua tratando vítimas da violência em todas as regiões onde a organização está presente em Darfur, no Sudão.

"Nossas equipes continuam testemunhando uma violência contínua contra a população", diz Rowan Gillies, Presidente do Conselho Internacional de Médicos Sem Fronteiras. "Estamos bastante preocupados com isso e com as conseqüências para nossos pacientes e seus familiares".

Nas últimas três semanas, 52 vítimas tiveram que ser tratadas pelas equipes de MSF por causa de ferimentos relacionados à violência.

No dia 24 de julho, a equipe de MSF em Shangil Tobaya, no norte de Darfur, presenciou um ataque ao campo de deslocados internos, localizado ao lado da clínica de MSF. Foram usadas granadas, inúmeros abrigos do campo foram queimados e centenas de deslocados internos foram forçados novamente a fugir. A equipe de MSf ofereceu cuidados médicos a 14 pessoas, todas elas civis, com ferimentos provocados por balas e fragmentos de explosivos. Entre os feridos estavam quatro crianças.

No dia 16 de julho, 23 pessoas deram entrada no hospital de MSF em Mornei, no oeste de Darfur:. nove atingidas por tiros; duas morreram no hospital e seis tiveram que ser transferidas para o hospital El Geneina, onde uma ainda permanece internada em estado grave. Os ataques aconteceram durante uma distribuição de alimentos num campo de deslocados internos.

Em Mornei, no dia 11 de julho, a equipe de saúde de MSF tratou 15 mulheres na clínica da organização que apresentavam evidências clínicas de estupro ou espancamento. Todas elas receberam tratamento emergencial para evitar complicações de saúde mais graves em conseqüência do estupro.

Um mês antes, no dia 9 de junho, a equipe de saúde de MSF em Korma, no norte de Darfur, examinou e tratou outras 15 mulheres que haviam sido atacadas no dia anterior. Dessas, cinco haviam sido estupradas, uma de apenas 15 anos de idade e outra no terceiro mês de gravidez. Todas haviam sido espancadas e humilhadas.

Entre janeiro e maio de 2005, as equipes de MSF trataram mais de 500 pessoas com ferimentos relacionados à violência e 278 mulheres vítimas de estupro. MSF vem trabalhando em Darfur desde dezembro de 2003. Com 180 profissionais estrangeiros e 3.000 profissionais sudaneses trabalhando em 32 localidades da região, Darfur continua sendo uma das maiores operações humanitárias de MSF em todo mundo.

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