MSF condena associação de intervenção militar e ajuda humanitária no Afeganistão

MSF condena associação de intervenção militar e ajuda humanitária no Afeganistão

Forças militares norte-americanas e britânicas bombardearam ontem o Afeganistão em resposta ao massacre de seis mil pessoas em Nova Iorque e Washington, no dia 11 de setembro. O bombardeio foi acompanhado de uma operação dita “humanitária”, destinada a fazer com que a opinião pública aprove os ataques. Não se trata, portanto, de uma ajuda humanitária, mas de propaganda militar planejada para garantir a aceitação internacional dos ataques liderados pelos Estados Unidos.

O envio de medicamentos e comida, em plena noite, durante o bombardeio e sem o conhecimento de quem iria pegar os suprimentos, é na prática inútil e até mesmo perigoso. Qual o sentido, então, de atirar com uma mão e dar medicamentos com a outra? Como a população afegã saberá, no futuro, que uma ajuda humanitária não esconde uma ação militar? Além do mais, a confusão entre ajuda humanitária e militarismo apenas aumenta o perigo de já complicadas ações humanitárias, restringindo ainda mais as possibilidades de intervenção.

Sendo assim, Médicos Sem Fronteiras rejeita a idéia de uma operação humanitária associada a uma ação militar, como sustentam o presidente Bush e o primeiro-ministro Tony Blair, e reivindica a necessidade imperativa de uma ação humanitária independente.

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