MSF começa a trabalhar em Tijuana em resposta à COVID-19

A cidade mexicana abriga muitos migrantes que foram deportados e um grande número de pessoas em situação de rua

MSF começa a trabalhar em Tijuana em resposta à COVID-19

A quadra de basquete que até alguns meses atrás era a casa do time profissional de Tijuana “Los Zonkeys” é hoje uma Unidade Hospitalar Auxiliar, onde as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) começaram a atender pacientes de COVID-19 cujo quadro de saúde não é grave.

A resposta de MSF neste espaço será coordenada com a Secretaria de Saúde da Baixa Califórnia e a organização da sociedade civil “Apoyemos Tijuana”, que tornaram a quadra utilizável para ser uma extensão hospitalar do Hospital Geral de Tijuana e confiaram a administração médica a nós.

“Vamos apoiar as estruturas de saúde para aliviar a pressão sobre a capacidade hospitalar da cidade, que concentra o maior número de casos do estado da Baixa Califórnia e é uma das áreas urbanas com o maior número de mortes pelo novo coronavírus no México. Queremos aliviar a enorme carga de trabalho dos profissionais de saúde que estão respondendo a essa pandemia e ajudar a aliviar o sofrimento dos pacientes”, disse María Rodríguez Rado, responsável pela resposta de emergência de MSF à COVID-19 no México.

A equipe de MSF será composta por 120 pessoas, das quais mais de 60% serão profissionais de saúde que permanecerão em Tijuana pelo período de emergência. “Recrutamos pessoal médico de diferentes lugares do México porque sabemos da necessidade de profissionais nas estruturas de saúde pública da cidade”, diz Rodríguez.

Nesta unidade de extensão hospitalar, adaptada nos últimos dias pela iniciativa local “Apoyemos Tijuana”, MSF terá capacidade para atender até 50 leitos de pacientes moderados. “O início do atendimento será escalonado nos primeiros dias até atingir a capacidade operacional máxima”, diz Laura Gómez, coordenadora de MSF em Tijuana.

O local tem um circuito que permite a proteção do pessoal de saúde e dos pacientes. Existem canais de oxigênio em todos os leitos, áreas de descanso, banheiros e chuveiros adaptados para pacientes, uma área de cuidados especializados e uma área de desinfecção para o pessoal médico.

Os pacientes que serão atendidos por MSF neste espaço chegarão por transferência da Secretaria de Saúde do Hospital Geral de Tijuana e devem estar em fase de recuperação. Assim que concluírem o tratamento e estiverem fora de perigo, receberão alta.  

Uma parte integrante do tratamento de cada paciente será o atendimento psicossocial dos psicólogos de MSF, que fornecerão assistência aos pacientes e suas famílias.

Hoje, Tijuana é um lugar estratégico para as equipes de MSF no México combaterem a pandemia, não só porque é uma cidade fronteiriça com San Diego, nos Estados Unidos, e um dos epicentros do surto no país, mas porque é uma cidade tradicionalmente composta por uma população migrante deportada e um grande número de pessoas em situação de rua, onde o sistema de saúde está em colapso.

Dada a facilidade com que o vírus se dissemina, as equipes de MSF também implementarão atividades de prevenção e controle de infecções no centro hospitalar, para evitar novas contaminações e garantir a segurança dos profissionais de saúde.

No México, as equipes de MSF adaptaram suas operações no país em resposta à emergência de saúde da COVID-19 e priorizam os mais vulneráveis, como a população migrante em Tenosique, Coatzacoalcos, Cidade do México, Nuevo Laredo, Tijuana, Reynosa e Matamoros, e as comunidades afetadas pela violência em Guerrero.

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