MSF atende vítimas de cólera em Papua Nova Guiné

Primeiro surto da doença registrado em 50 anos já contabiliza 95 casos confirmados e nove mortes

O Hospital Angau da Província de Morobe, na costa norte de Papua Nova Guiné, está em estado de alerta máximo, tratando pessoas afetadas por um já letal surto de cólera. Esse é o primeiro surto da doença registrado no país nos últimos 50 anos.

Até o dia 3 de setembro, 95 casos de cólera foram confirmados, com nove mortes, em Wasu, Província de Morobe. Esse é um número relativamente preocupante para uma pequena comunidade como Wasu, que tem uma população de 12 mil pessoas. O cólera também se espalhou pela cidade de Lae, a capital da província e segunda maior área metropolitana do país.

Onze casos suspeitos foram admitidos no Hospital Angau, localizado em Lae, e três pacientes morreram.

MSF está ajudando o Ministério da Saúde a montar um centro de tratamento de cólera no hospital. Uma área de isolamento foi criada, com postos de desinfecção e lava-pés. A equipe de emergência de MSF enviou sete profissionais extras, entre os quais três enfermeiras e um especialista em água e saneamento, para atender as pessoas.

Cólera é uma doença altamente contagiosa. A bactéria vibrio cholerae é expelida pelo doente através de vômito e fezes. Pode contaminar diretamente outras pessoas se eles tocarem o paciente e não lavarem as mãos. A bactéria também pode contaminar alimentos e suprimentos de água. No último caso, pode provocar um surto maciço porque muitas pessoas podem ingerir a bactéria em um curto período de tempo.

Um paciente pode precisar de entre 10 a 15 litros de fluido intravenoso no primeiro dia. Uma pessoa que não recebe tratamento morre por desidratação muito antes disso. A morte geralmente ocorre quando entre 10% a 15% do peso total do corpo é perdido. Em casos mais graves, isso pode acontecer em uma questão de horas.

Além do surto de cólera em Wasu e Lae, surtos da gripe A e de shigella foram identificados em Menyama, e também em Morobe. MSF está fazendo uma análise da situação.

MSF trabalha em Papua Nova Guiné desde 2007 e oferece apoio à cidade de Lae. Em setembro de 2008, a organização começou a oferecer serviços cirúrgicos para as vítimas de violência no hospital local em Tari, uma cidade na parte oeste da ilha.

Compartilhar
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on print