Iraque: atividades de MSF em Bagdá

Número de deslocados e de vítimas diretas da violência aumentou desde a eclosão de confrontos entre forças iraquianas e o Daesh

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Mais pessoas foram forçadas a fugir de Ramadi, capital da província de Anbar Governorate, na região central do Iraque, após a eclosão de confrontos entre forças iraquianas e o grupo extremista Daesh em novembro. Muitos cruzaram o rio Eufrates em busca de refúgio em acampamentos ao norte da capital iraquiana Bagdá. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou uma resposta médica e logística de emergência, e está avaliando a possibilidade de ampliar suas atividades no país.

Equipes de MSF atuando em dois acampamentos de deslocados internos próximo à ponte Bzebiz – principal entrada para a província de Bagdá – distribuíram colchonetes, cobertores, travesseiros, cordas, lonas plásticas e kits de higiene para cerca de mil pessoas. Chuvas intensas deterioraram as condições já precárias nos acampamentos. Por isso, as equipes estão preparando uma segunda distribuição.

Uma equipe de emergência recentemente organizada também estruturou uma clínica para atender aproximadamente 2.500 deslocados e a comunidade local com tratamento emergencial 24 horas e cuidados de saúde primária, e, quando necessário, transferência de pacientes a hospitais.

Em vista do aumento do número de vítimas¹, MSF está planejando renovar uma instalação médica para oferecer serviços de saúde mental, enfermagem e internação, gestão de dor, cirurgia (começando com 20 leitos) e fisioterapia para vítimas da guerra ou de ataques e explosões em Bagdá. A esperança é conseguir ampliar essas atividades para outros locais no Iraque.

O sistema de saúde colapsado do país está enfrentando muitas dificuldades para responder às necessidades de sua população, enquanto a falta de saneamento, superlotação em algumas regiões, desnutrição e contaminação da água estão contribuindo para a proliferação de doenças – particularmente aquelas transmitidas pela água. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase três milhões de pessoas se deslocaram no Iraque desde janeiro de 2014, mas a insegurança está impedindo organizações humanitárias de chegarem a muitas delas.

MSF já está presente em dois campos de refugiados sírios em Erbil (Kawargosk e Darashakran) no Curdistão iraquiano

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), há cerca de 100 mil refugiados sírios e 10 mil deslocados iraquianos na província de Erbil.

Desde 2013, MSF realizou 50 mil consultas médicas no campo de refugiados sírios de Kawargosk e mais de 20 mil no de Darashakran desde 2014.

MSF continua a oferecer serviços de saúde mental em Kawargosk e Darasakran e, em 2014, realizou 1.073 consultas de saúde mental. Em 2015, MSF ampliou esses serviços para refugiados e deslocados que vivem fora dos acampamentos na cidade de Erbil e para refugiados sírios no campo vizinho de Gawilan.

Para ajudar os deslocados, foram oferecidas consultas ambulatoriais em 2014 e 2015 em várias localidades entre Mosul e Erbil, assim como em várias regiões ao longo da fronteira entre o Curdistão e a província iraquiana de Nineveh.

¹ De acordo com o projeto “Iraq Body Count” – https://www.iraqbodycount.org/ -, o número de mortes de civis causadas pela violência tem dobrado a cada ano, de 4.622 em 2012 para 18.877 em 2014. Mais de 14 mil pessoas já foram mortas até novembro de 2015.

 

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