Inaugurado em Manaus centro de observação para pacientes com COVID-19

Indígenas warao que vivem em abrigos e apresentam sintomas leves agora contam com um centro para isolamento

Inaugurado em Manaus centro de observação para pacientes com COVID-19

IA organização médico-humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), em parceria com a prefeitura de Manaus, inaugurou o centro de isolamento e observação para indígenas da etnia warao com casos leves de COVID-19. Como grande parte dessa população, que veio da Venezuela para o Brasil, vive em abrigos da cidade, ela é especialmente vulnerável à doença pela dificuldade de manter medidas adequadas de higiene e de distanciamento social.

O centro de isolamento inaugurado em Manaus tem capacidade para dar suporte e atendimento a nove famílias simultaneamente. O espaço foi adequado com tendas, redes, mesas e cadeiras, além de ajustes de saneamento para auxiliar na manutenção de higiene das pessoas atendidas.

Na capital do Amazonas, o acolhimento das comunidades warao é realizado em seis abrigos mantidos pela prefeitura. Neles, assim como em abrigos para a população em situação de rua da cidade, equipes de enfermagem de MSF realizam triagem de pessoas com sintomas de COVID-19 e orientam sobre medidas de proteção. Quando necessário, fazem o encaminhamento de pacientes para o isolamento ou para a assistência médica necessária.  

Aos indígenas da etnia warao identificados com sintomas, as equipes explicam a importância do isolamento e orientam que sejam transferidos por um período para o centro de isolamento e observação, onde têm a sua saúde checada todos os dias com o acompanhamento de sintomas e dados vitais. Caso seja observada alguma piora ou sinal de alerta, MSF e a prefeitura encaminham essas pessoas para o serviço especializado para que a necessidade de internação seja avaliada.

“Neste centro, MSF mantém a equipe de limpeza, logística e saneamento, além do suporte técnico na parte médica. Em breve, teremos também uma equipe de promoção à saúde, para dar apoio às atividades voltadas a essa comunidade”, explica a gerente médica de atividades junto à comunidade, Junia Cajazeiro.

Desde o dia 29 de maio, MSF iniciou a atuação no Hospital 28 de Agosto, em Manaus, fazendo a gestão de 12 leitos de UTI e 36 leitos para pessoas com casos graves, mas não críticos, da doença. Profissionais da organização fazem o atendimento dos pacientes que ocupam esses leitos. No interior do estado, a organização atua no planejamento de atividades a serem realizadas no município de São Gabriel da Cachoeira para atenção à saúde de comunidades indígenas do Alto Rio Negro. A organização começará em breve atividades em Tefé, na calha do Rio Solimões, onde casos de infecção continuam crescendo e a necessidade de assistência se mostra extremamente urgente. Em Tefé, MSF deve atuar no atendimento direto de pacientes de COVID-19, assim como no auxílio para o referenciamento de casos mais graves para a capital, Manaus.

MSF trabalha em mais de 70 países para apoiar ações de resposta à pandemia do novo coronavírus. A organização foi fundada há quase 50 anos e vive neste momento um dos maiores desafios de sua história, com enorme demanda por recursos humanos e materiais. No Brasil, além de Manaus, MSF realiza atividades de prevenção e combate à COVID-19 nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Boa Vista.

 

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