Guiné: MSF usa nova vacina para conter epidemia de cólera

Mais de 150 mil pessoas estão sendo vacinadas na região de Conakry, capital da Guiné, onde uma epidemia da doença eclodiu

Pela primeira vez em seus 40 anos de história, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está respondendo a uma epidemia de cólera por meio de uma campanha de vacinação em massa. MSF está usando uma nova vacina oral para impedir o alastramento da doença na região de Boffa, próximo a Conakry, capital da Guiné. As duas primeiras etapas da campanha tiveram início no dia 18 de abril.

“A epidemia na Guiné foi declarada em fevereiro, e a prefeitura de Boffa está atuando exatamente onde nós observamos o maior surto ativo de cólera”, disse Charles Gaudry, coordenador de projeto de MSF na Guiné. “Desde o início da epidemia, 152 casos da doença e seis mortes foram registradas. Nossa meta é vacinar aproximadamente 155 mil pessoas.”

Tradicionalmente, o combate ao cólera envolve o tratamento de pacientes, atividades de higiene e garantia de acesso à água potável. Apesar de necessárias, essas medidas não são o bastante para impedir que a doença se alastre. O uso de uma vacina oral durante uma epidemia é uma oportunidade de limitar a transmissão da doença.

“O uso desta vacina em momentos de surtos de cólera foi validado pela Organização Mundial da Saúde”, disse Gaudry. “É preciso administrar duas doses da vacina oral com um intervalo de duas a seis semanas. É fundamental que as duas etapas da imunização ocorram, para garantir o máximo de proteção.”

MSF está constantemente envolvido em respostas a epidemias e surtos de cólera, como no Haiti, em Angola e no Zimbábue. Além de tratar os pacientes e de informar as comunidades afetadas a respeito da doença, a organização quer, com a vacina, prevenir um grande número de novas infecções e de mortes.

“Em colaboração com o Ministério da Saúde, nós estamos trabalhando com mais de 30 equipes. Cada uma delas vacinou mais de mil pessoas por dia ao longo de cinco dias. Vamos iniciar a segunda fase em duas semanas”, concluiu Gaudry. “Esta é a primeira vez que nós realizamos uma campanha deste tipo, nós estamos analisando a sua viabilidade, taxa de cobertura e aceitação por parte da população. Isso vai nos permitir aprimorar nossas estratégias de vacinação em futuras epidemias.”

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