Filipinas: chegando às áreas remotas

Equipes de Médicos Sem Fronteiras continuam identificando regiões que ainda não receberam qualquer assistência

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Apesar da crescente ajuda humanitária direcionada às áreas filipinas atingidas pelo tufão, equipes da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) continuam identificando vilarejos e cidades que ainda não receberam ajuda alguma. Profissionais de MSF estão trabalhando em hospitais, operando clínicas móveis, providenciando cuidados de saúde mental, distribuindo itens de primeira necessidade e água potável. Em Guiuan, 1.200 tendas foram distribuídas e mais de 20 mil pessoas estão recebendo água potável. Na cidade de Tacloban, MSF estruturou um hospital inflável de 45 leitos e em Guiuan, na ilha de Samar, a organização estruturou um hospital de tendas com 40 leitos.

Áreas remotas ainda precisam de ajuda
“Enquanto a ajuda tem estado focada na cidade de Tacloban, severamente afetada pelo tufão, muitas áreas remotas continuam sem assistência”, conta Anne Taylor, coordenadora regional de emergência de MSF. “Mesmo em locais a apenas alguns quilômetros, os serviços médicos ficaram extremamente limitados. Em Tolosa, por exemplo, havia apenas um posto médico para uma população de 55 mil habitantes.” Na pequena cidade de Liberty, no centro-leste de Leyte, uma equipe ambulatorial descobriu que as pessoas, ainda que não tenham sido gravemente afetadas pelo tufão, estão sem acesso a serviços médicos desde 8 de novembro, dia que o Haiyan atingiu o país. A equipe tratou 62 pacientes em um dia. Outras equipes de MSF têm tido experiências similares em vilarejos no entorno de Guiuan, na ilha de Samar, e em diversas ilhas ao leste de Panay.

Clínicas móveis por terra e por mar
MSF está trabalhando para responder às lacunas nos cuidados de saúde e na ajuda humanitária por meio da condução de clínicas móveis nas cidades de Ormoc, Santa Fé, Julita e Tabontabon, e seus arredores, na ilha de Leyte; em Estancia, Carles e San Dionisio, na ilha de Panay; e em Guiuan, no leste da ilha de Samar. Equipes médicas estão, também, operando clínicas móveis em barcos para atender as pequenas ilhas no leste de Panay e ao sul de Guiuan. Equipes de avaliação continuam viajando para áreas remotas das ilhas de Samar, Panay e Leyte para identificar e oferecer ajuda médica nos vilarejos que ainda não receberam assistência humanitária. As condições mais comuns entre os pacientes de MSF são infecções do trato respiratório, ferimentos infeccionados e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Suporte a hospitais e à oferta de cuidados de saúde básicos
O hospital inflável de MSF em Tacloban vai funcionar como o principal hospital de referência na região. Nos dois primeiros dias de operação, a equipe do hospital conduziu 52 consultas de emergência, 303 consultas ambulatoriais e seis cirurgias. MSF está, também, administrando hospitais temporários em tendas em Burauen e Tanauan, na ilha de Leyte, e em Guiuan, na ilha de Samar, onde as equipes conduzem cerca de 300 consultas por dia. Além disso, as equipes de MSF estão ajudando a restaurar os serviços médicos nos hospitais do Ministério da Saúde, nos centros de saúde de Tacloban, Santa Fé e Burauen, na ilha de Leyte, Balasan, na ilha de Panay, e Guiuan, na ilha de Samar. As equipes estão oferecendo cuidados de saúde, reparando edificações danificadas, oferecendo suprimentos médicos, medicamentos e pessoal, além de estruturando serviços de ambulância.

Cuidados de saúde mental
Muitos pacientes estão se apresentando nas clínicas de MSF com sintomas que refletem o impacto psicológico do desastre. As equipes de saúde mental estão, agora, atuando em áreas da ilhas de Samar, Leyte e Panay, conduzindo sessões em grupo e individuais, disseminando o conhecimento sobre as respostas psicológicas ao trauma e treinando a equipe local para reconhecer casos agudos.
 
 
A resposta rápida após a ocorrência do tufão Haiyan, no dia 8 de novembro, atrasou devido aos danos e congestionamentos dos aeroportos, estradas e portos, e à escassez de combustível e veículos. Essas dificuldades estão mais brandas, de certa forma, e MSF aumenta gradativamente sua capacidade de transportar equipe e suprimentos, embora os obstáculos logísticos permaneçam presentes devido à geografia da região. MSF conta com mais de 200 profissionais internacionais em campo, prestando suporte às equipes locais, que trabalham em quatro hospitais, oito centros de saúde e estão operando clínicas móveis em 37 localidades. Desde 8 de novembro, as equipes médicas de MSF realizaram cerca de 6.500 consultas ambulatoriais, admitiram 58 pacientes nas alas de internação, assistiram 14 partos, realizaram 220 procedimentos cirúrgicos de pequeno porte e 400 sessões de saúde mental (dados compilados até 21 de novembro).

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