Exposição de Médicos Sem Fronteiras apresenta os desafios de vacinar populações em algumas das áreas mais remotas do planeta

Mostra interativa “Caminhos da Vacina” ajuda a compreender as barreiras que, anualmente, colocam em risco a vida de cerca de 22 milhões de crianças com menos de um ano de idade

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Promovida pela organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), a exposição interativa itinerante “Caminhos da Vacina” teve início nesta quinta-feira (3/9) em São Paulo, no Parque do Ibirapuera. Na sequência, a mostra segue para outras capitais, entre elas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Por meio de fotos, vídeos, textos e mapas, o visitante tem a oportunidade de conhecer os desafios para vacinar populações em áreas remotas do mundo.

Essas barreiras impedem que, anualmente, cerca de 22 milhões de crianças com menos de um ano de idade sejam adequadamente imunizadas contra os principais algozes da infância. “Hoje, a maior parte das vacinas precisa ser mantida entre 2°C e 8°C, o que dificulta a imunização em locais sem energia elétrica. É essencial superarmos este e outros obstáculos porque a vacinação reduz as taxas de mortalidade e morbidade e, com menos pessoas doentes, o custo com saúde pública também diminui. Não é apenas a criança vacinada que se beneficia; o alívio do sofrimento é muito mais amplo”, explica a infectologista Maria Rado, diretora da Unidade Médica Brasileira de MSF.

A exposição explora o percurso de Bruxelas, na Bélgica, onde MSF mantém um armazém de suprimentos, até vilarejos da região de Abuzi, no noroeste da República Democrática do Congo, no coração da África. Para percorrer este caminho, que ultrapassa 7,6 mil quilômetros, as equipes de MSF têm que carregar as vacinas de avião, veículos 4×4, motos, pirogas (canoas rudimentares) e a pé, em trilha pela floresta. Isso tudo mantendo a refrigeração dos produtos.

Para chamar a atenção para o problema, que poderia ser reduzido com investimentos no desenvolvimento de vacinas resistentes a variações de temperatura, a estrutura da mostra simula uma caixa térmica, como as usadas no transporte das vacinas, para garantir sua efetividade.

“O Brasil pode ter um papel central para salvar milhões de vidas no mundo. Neste momento, a Bio-Manguinhos/Fiocruz está desenvolvendo uma vacina conjugada para prevenir sarampo e rubéola, e é muito importante que ela seja termoestável. Essa será a primeira vacina brasileira exclusivamente para exportação e o principal mercado são os países em desenvolvimento, justamente os contextos onde as dificuldades de acesso à vacinação são mais latentes”, avalia a diretora-geral de MSF-Brasil, Susana de Deus. “A vacina termoestável proporcionaria uma redução drástica nos custos de toda a logística necessária para o transporte das vacinas, o que significaria mais crianças imunizadas.” Para sensibilizar os diretores da Bio-Manguinhos/Fiocruz sobre a importância de o produto ser resistente a variações de temperatura, MSF está organizando uma petição e espera coletar centenas de assinaturas.

Ampliar o acesso à vacinação também depende da simplificação das vacinas, de modo que o calendário seja flexível e os custos das doses mais baixos. O preço para imunizar completamente uma criança subiu 68 vezes de 2001 a 2014, aumento que é explicado pela adição de vacinas novas e caras ao pacote básico.

Todos os anos, MSF vacina milhões de pessoas contra diversas doenças. Somente em 2014, 1.513.700 foram imunizadas contra o sarampo.

A exposição “Caminhos da Vacina” tem o apoio da FS e do Atelier Marko Brajovic e também conta com uma versão online. Pelo site https://www.msf.org.br/caminhos-da-vacina, é possível assistir a um documentário interativo, ler curiosidades, sanar dúvidas e engajar-se.

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