Entenda por que Médicos Sem Fronteiras está na COP30

MSF apela a ações concretas para lidar com os impactos da crise climática na saúde das populações em situação de vulnerabilidade

Em 2022, enchentes no estado de Unity, no Sudão do Sul, afetaram milhares de pessoas. Casas, plantações e unidades de saúde foram submersos pelas água. Bentiu, Sudão do Sul © Sean Sutton

De 10 a 21 de novembro, Belém (PA) será palco da COP30, a conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Pela primeira vez, o Brasil sediará o encontro, e Médicos Sem Fronteiras (MSF) levará às discussões uma perspectiva urgente: a da saúde.

As consequências da crise climática já são sentidas todos os dias nos projetos de MSF ao redor do mundo. Ondas de calor mais intensas, secas prolongadas, enchentes e deslocamentos forçados estão agravando doenças, dificultando o acesso à água potável e pressionando sistemas de saúde já frágeis. E as pessoas mais afetadas são as que menos contribuem para a crise.

Por que é importante a presença de MSF na COP?

Embora os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde sejam cada vez mais evidentes, a saúde ainda não é tratada como tema central nas negociações internacionais sobre o clima.

As decisões tomadas na COP podem influenciar diretamente as comunidades com as quais MSF trabalha e, por isso, este é um momento importante para garantir que as vozes dessas populações sejam ouvidas pelos líderes mundiais.

MSF defende que as ações climáticas incluam soluções concretas para proteger a saúde das pessoas, especialmente as que estão em situação mais vulneráveis. Isso significa garantir que os compromissos climáticos se traduzam em melhorias reais para a vida das pessoas, fortalecendo sistemas de saúde locais e garantindo apoio técnico e financeiro às comunidades mais afetadas.

Plano de Ação em Saúde de Belém: um passo importante

Um dos marcos esperados para a COP30 é o lançamento do Plano de Ação em Saúde de Belém, previsto para 13 de novembro, o Dia da Saúde da COP.

O plano representa um passo importante para integrar a saúde à agenda climática, promovendo adaptação e resiliência diante dos desafios ambientais.

O que MSF espera da COP30

MSF apela para que os governos e líderes mundiais assumam compromissos reais e urgentes para:

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apresentando metas mais ambiciosas;
Garantir apoio técnico e financeiro às populações e países mais afetados;
Colocar a saúde no centro das decisões climáticas.

Sem essas ações, as mudanças climáticas continuarão a piorar as condições de vida e a saúde de milhões de pessoas, especialmente aquelas que já enfrentam crises humanitárias, deslocamentos forçados e falta de acesso a cuidados médicos básicos.

A crise climática é também uma crise de saúde!

A presença de Médicos Sem Fronteiras na COP30 é um chamado à ação: é hora de reconhecer que proteger o planeta também é proteger vidas.

A saúde das pessoas deve ser prioridade nas respostas à crise climática.

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