Conflito obriga MSF a deixar sul de Darfur

Organização lamenta deixar a população de Muhajariya sem o atendimento necessário

No dia 15 de janeiro, Médicos Sem Fronteiras (MSF) teve que deslocar,temporariamente, a maior parte de sua equipe médica que trabalhava em Muhajariya,no Sul de Darfur, Sudão, para Nyala,a capital regional, a aproximadamente 80 km de distância. A equipe foi informada que a base de MSF na cidade foi completamente destruída por um incêndio. No entanto, a clínica continua funcionando.

"É frustrante estar fora de Muhajariya em um período no qual nós poderíamos oferecer apoio à população, mas estamos tentando voltar e continuar nosso trabalho médico como antes, assim que as circunstâncias permitirem", explicou Jose Hulsenbek, coordenador de MSF para operações em Darfur.

Após a evacuação de MSF, mais de 35 mil pessoas que moram em Muhajariya e seus arredores,afetados diretamente pela violência, estão agora sem assistência médica, urgentemente necessária. MSF espera poder retornar com sua equipe completa para a àrea o mais rápido possível e pede para que todos os envolvidos no conflito respeitem os atores humanitários, que provém assistência médica essencial para os civis.

Antes de partir, a equipe estava ocupada tratando feridos. Ao todo, 25 pacientes receberam tratamento urgente, 18 tratados por ferimentos a bala. A operação híbrida da União Africana – Nações Unidas em Darfur(UNAMID) ajudou com o transporte de seis feridos para o hospital de Nyala para maiores cuidados,após a saída de MSF.

"Quando nós tivemos que partir, não estava claro o que iria acontecer com os pacientes. No final, para alguns dos feridos foi arranjado uma retirada por helicóptero para Nyala. Foi um alívio para mim saber que eles iam receber o tratamento necessário", contou Henrike Meyer, médico de MSF que foi obrigado a sair de Muhajariya. “Se eu tivesse escolha, de ficar ou partir, preferia ficar com os pacientes."

Uma pequena equipe sudanesa permanece em Muhajariya e continua a prover serviços básicos para o salvamento de vidas. No entanto, sem os serviços cirúrgicos, está longe de atingir as necessidades da população.

A situação de segurança continua indefinida. Foi declarado que a maioria das mulheres e crianças já deixou a cidade.

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